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O jornal britânico The Guardian, um dos mais independentes periódicos da mídia internacional, explica por que não está mais postando na rede “X” de Elon Musk.
“Queríamos informar aos leitores que não postaremos mais em nenhuma conta editorial oficial do The Guardian no site de mídia social "X" (antigo Twitter). Acreditamos que os benefícios de estar no “X” agora são superados pelos negativos e que os recursos poderiam ser melhor utilizados promovendo nosso jornalismo em outros lugares. Vamos parar de postar de nossas contas editoriais oficiais na plataforma, mas os usuários do "X" ainda podem compartilhar nossos artigos.”
Leia mais...Ano passado, na época do Natal, publicamos um artigo sobre a transformação do Natal na festa do consumo. Nada mudou de lá para cá. Piorou. Em alguns países, como Portugal, surgiu um movimento “Não ao consumo desenfreado no Natal”. Até os consumidores cansaram dessa mercantilização da maior festa da Cristandade.
Mais uma profecia apocalíptica sobre a mídia impressa. A maioria dos jornais americanos, principalmente de médio porte, desaparecerá em cinco anos. A previsão é de estudo do Centro Annenberg para o futuro da mídia digital, da Universidade Southern California-USC, a ser divulgado em janeiro de 2012. As informações foram adiantadas no Blog do jornalista Roy Greenslade, do jornal britânico The Guardian.
Na semana passada, o campus do Instituto Politécnico e Universidade Estadual de Virginia – Virginia Tech, nos Estados Unidos, levou outro susto. Um atirador trouxe de volta o pesadelo ocorrido em 2007, quando um aluno, franco-atirador, matou 32 pessoas e depois se suicidou.
Nesta semana, o conhecido ator americano Alec Baldwin teve um entrevero com um comissário da empresa aérea American Airlines, no aeroporto de Los Angeles. Ele foi expulso do avião, ao se desentender com o comissário, que o repreendeu por estar jogando no telefone celular, antes de o avião decolar.
“A crise é o grande momento do líder”, diz o empresário e professor da Harvard University, Bill George, autor de True North. A queda de Silvio Berlusconi, na Itália, e a derrota de José Luiz Zapatero, na Espanha, mostraram que a população não perdoa quando os líderes fraquejam nas crises.
A crise econômica, para aproveitar o conturbado momento atual, tanto pode ser uma série ameaça aos governos e à administração pública, quanto uma oportunidade de destacar os melhores estilos de liderança, capazes de conduzir o país ou a organização para o caminho certo durante a crise.
Os estilos dos governantes e dos empresários nem sempre seguem a mesma cartilha. E isso pode ser a grande diferença para países ou empresas se saírem melhor ou pior durante um período difícil.
Os especialistas em gestão de crises asseguram: quando o mundo contar a história da crise atual, haverá relatos de sucesso e de tremendos fracassos. Os tropeços políticos e empresariais todos nós conhecemos, desde setembro de 2008, quando a quebra do Lehman Brothers foi a senha para o tsunami que se seguiria a partir de então. Ele foi tão forte que, além de quebrar centenas de bancos e outras empresas, pelo menos acertou seis líderes de governos da União Europeia, desfenestrados nos últimos meses.
Falhas na gestão de risco, erros de avaliação nos momentos de estabilidade ou falta de liderança, todos são pecados imperdoáveis na gestão das crises. Talvez na crise atual tenha havido um pouco de tudo isso. Alguns analistas econômicos asseguram que anos de lucros exorbitantes e de ganhos fáceis, nas bolsas de valores, induziram o mundo capitalista a sentir-se imune a turbulências. A ciranda das bolsas teria mascarado uma situação que não resistiu, quando o setor imobiliário dos Estados Unidos começou a quebrar e mostrar que estava montado num castelo de areia. Num efeito dominó, a crise chegou rapidamente à Europa.
Mas mesmo num cenário conturbado, quando se trata de organizações, haverá sempre as que sobreviverão, conduzidas por uma liderança tranquila e corajosa. Ou talvez por nunca acreditar que a crise é dos outros. Os analistas de mercado se perguntam: por que alguns países e organizações se saem bem nas crises e outras escapam, quando conseguem, arranhadas e com graves sequelas? Por que empresas tradicionais, marcas consolidadas, acabam engolidas e até desaparecem do mercado? Cada dia nos vemos surpreendidos por crises, que expõem escândalos com marcas tradicionais. Como a das câmeras fotográficas japonesas Olympus. Com a crise, veio à tona uma manipulação nos balanços dessa organização que mascarou resultados durante anos, expondo a conivência de líderes e pondo em risco a própria sobrevivência da marca.
Ao analisar as crises econômicas, desde a II Guerra Mundial, o consultor americano Pat Rowe, observou que o sucesso tem muito a ver com a liderança. Entre os líderes de sucesso, algumas características são muito comuns. Sobressaem neles a visão de negócio, a capacidade de ver as coisas como elas são, a estratégia, a habilidade de tomar decisões, mesmo em contexto conturbado, sem perder a calma, a coragem e a visão positiva. Não têm medo de errar.
Líderes fortes e corajosos focam no que é melhor para o país ou para a empresa, não para obter ganho político ou pessoal. Eles enfrentam a realidade. São aqueles aptos a enxergar o quadro geral, os que desenvolvem um conhecimento acurado do cenário internacional ou da organização e, com isso, têm melhor capacidade de ver os problemas de maneira realista.
Confiam em quem entende e, por isso mesmo, erram menos. Não se deixam rodear ou levar pelos áulicos, que ficam de plantão apenas para bajular. Não demoram a tomar a decisão. Recorrem à intuição, mas têm o discernimento de usar dados do mundo real e o bom senso de anos de experiência política e de liderança. Por isso, sabem decidir nos momentos difíceis.
Talvez, por isso, na crise atual o mundo esteja vivendo um de seus piores momentos do pós-guerra. Falta no cenário de conturbação atual um líder mundial, do quilate de um Winston Churchill ou um Franklin Delano Roosevelt, decisivos durante a II Guerra Mundial. Ou de um John Kennedy, na crise dos mísseis, em plena Guerra Fria, quando o mundo esteve às portas da III Guerra Mundial. Essa carência de líderes é reconhecida pela maioria dos analistas da crise atual. Mas podemos esperar por quem para assumir a liderança?
Por um Nicolas Sarkozy, mais preocupado com a eleição e a própria sobrevivência do que com os complexos problemas da crise mundial? Com Angela Merkel, muito boa para a Alemanha, mas contestada pelos próprios colegas da União Europeia? David Cameron? Não. Ele não consegue resolver os próprios problemas no Parlamento Britânico e ainda saiu chamuscado da crise envolvendo o News of the World, o jornal de Rupert Murdoch, de 168 anos, que implodiu após um escândalo de grampos ilegais. Resta Barack Obama, outro que tenta administrar a própria crise interna, sob os ataques da oposição conservadora, atrasada e arrogante do Partido Republicano. Não sobra tempo para liderar uma reação convincente à crise mundial na economia. Ou seja, estamos órfãos de líderes mundiais, nesse momento crucial para o mundo.
“Nos últimos anos, desde a quebra do Lehman Brothers, o que temos visto é que lideres políticos têm feito remendos para solucionar problemas e têm tido sérias dificuldades para tomar decisões que representem soluções reais”, disse Antonio Farinha, sócio-gerente da Roland Berger Strategy Consultants, ao correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, em Genebra. "Crise é o resultado da má gestão estatal e não da globalização", desabafou o cientista indiano Nayan Chanda, professor da Universidade de Yale e autor do livro Sem Fronteira. Nesse caso, vamos esperar por quem?
O líder forte está preparado para o risco
Embora sujeito a erro e sem conhecimento das respostas mais corretas, o líder forte está preparado para assumir o risco nas crises. A crise por si só implica utilizar soluções não tentadas antes. Crises mais profundas, como a que ameaça a economia atualmente, requerem decisões contínuas e arrojadas. Implica enfrentar reações, tanto da oposição, quanto populares, como acontece nos principais países desenvolvidos hoje com as passeatas, protestos e greves. E suportar a pressão dos sindicatos, associações de classe e lobbies na hora de fazer cortes.
Isso, porém, é melhor do que não tentar solução alguma. Nem todas as decisões serão 100% corretas, mas a história mostra que aqueles que assumiram a frente dos países ou das organizações privadas ou públicas na hora da crise, não se deixando abater pelos primeiros problemas, em geral conseguem evitar que a situação piore. Ou melhor, transformam a crise em oportunidade.
São aqueles que admitem até mesmo, como Jack Welch preconiza em seu livro mais recente, cortar na própria carne, com muita coragem. O que significa tomar decisões dolorosas para salvar o país ou o negócio. São esses estadistas ou executivos que serão lembrados quando esta tempestade passar.
Pode-se até admitir que esse líder político ou um executivo com todas essas características seja uma raridade hoje no mundo ou no mercado. Ou que seria muito difícil encontrar alguém com todas essas qualidades. Alguns até concordam com a máxima de que hoje não surgem mais líderes como antigamente. Entretanto, o tempo irá mostrar que líderes de sucesso na administração de crises, em sua maior parte, possuem quase todas essas características.
Foto: Winston Churchill e Franklin Rooseveld, durante a II Guerra Mundial
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Parece a maldição do petróleo. Grandes empresas petrolíferas, envolvidas em acidentes, com vazamentos prejudiciais à natureza, acabam se atrapalhando para explicar e resolver a crise. Não é diferente com a Chevron, a gigante norte-americana que faz prospecção de petróleo nas costas brasileiras.