New_YorkTimesMais uma profecia apocalíptica sobre a mídia impressa. A maioria dos jornais americanos, principalmente de médio porte, desaparecerá em cinco anos. A previsão é de estudo do Centro Annenberg para o futuro da mídia digital, da Universidade Southern California-USC, a ser divulgado em janeiro de 2012. As informações foram adiantadas no Blog do jornalista Roy Greenslade, do jornal britânico The Guardian.

O estudo Is America at a digital turning point? (mais ou menos “A América está dando a virada para a era digital?) deve ser liberado no próximo mês e certamente irá tirar o sono de proprietários, diretores e jornalistas da mídia impressa americana. Causará também muita preocupação para quem lida com jornais em outras partes do mundo.

O diretor do Centro, Jeffrey Cole, adiantou algumas conclusões do estudo para o jornalista Roy Greenslade. As informações são baseadas em 10 anos de estudos. Para Cole, "a circulação de jornais continua a cair, e nós acreditamos que os jornais impressos que irão sobreviver serão apenas os que estão nos extremos dessa mídia - os maiores e os menores”.

Outra informação importante do Diretor do Centro mexe com um mercado onde existem milhares de jornais diários, movimentando, ainda, bilhões de dólares em publicidade. As últimas estatísticas mostram que houve um declínio no número de jornais e na circulação. Existiriam hoje cerca de 1.400 jornais diários nos EUA, com circulação média diária de 50 milhões de exemplares. Para Jeffrey Cole, apenas quatro grandes jornais americanos continuarão em formato impresso nos próximos anos: New York Times, Washington PostWall Street Journal e USA Today. No outro extremo, jornais semanários locais ainda poderão sobreviver.

A decretação da “morte do jornal” não é recente. Em 2007, foi lançado o livro Os jornais podem desaparecer? de Philip Meyer. Ele preconiza que pelo ano de 2043 não existiriam mais jornais impressos. E pior: o dono do mais badalado jornal americano, o New York Times, concordava com o autor. Será que agora, quatro anos depois, quando o NYT dá a volta por cima, criando um modelo de venda do jornal online de sucesso, o publisher concordaria com o autor do livro?

O estudo suscita dúvidas não apenas para as empresas de jornais impressos, mas para o mercado editorial e a própria carreira do jornalismo. "A morte iminente do jornal impresso americano continua a levantar muitas perguntas. As organizações de mídia sobreviverão e irão prosperar quando eles mudarem exclusivamente para a disponibilidade online? Como a mudança no processo de distribuição de conteúdo poderá afetar a qualidade e a profundidade do jornalismo?" 

Joy Greenslade diz no Blog que estas são questões que temos levantado há vários anos. Só que agora começamos a nos perguntar sobre isso todos os dias. “Como se trata de uma previsão, é tolice colocar uma data num processo (apesar de eu concordar com Cole de que a morte do jornal em papel é inevitável)”.

Mas para o jornalista britânico, o relatório de Cole requer atenção. "Nós achamos que os pontos fortes, bem como as consequências da tecnologia, são mais profundas do que nunca", diz ele.

"Num extremo, vemos usuários com a capacidade de ter constantes conexões sociais, ilimitado acesso à informação e um poder de compra sem precedentes. No outro extremo, encontramos demandas extraordinárias em nosso tempo, a maioria concernentes à privacidade e a questões vitais sobre a proliferação de tecnologia – incluindo uma série de questionamentos que não existiam 10 anos atrás”.

"Encontramos enormes benefícios na tecnologia online, mas também pagamos um preço pessoal para esses benefícios. A questão é: quão alto é o preço que estamos dispostos a pagar?"

O estudo não poderia desconsiderar a nova coqueluche das mídias: a proliferação dos tablets. Cole também argumenta que, ao longo dos próximos três anos, o tablet vai se tornar a principal ferramenta para computação pessoal. 

Segundo o Diretor do Centro de Estudos, “o tradicional PC é um dispositivo para o qual a gente se inclina - uma ferramenta que se assenta sobre em uma mesa e força os usuários a chegar a ela.  O tablet tem um um poder de atração diferente, por ser  mais conveniente e acessível do que laptops e ter muito mais poder de engajamento para ser usado". Talvez a grande diferença seja sua extrema mobilidade e a capacidade muito mais rápida de interagir com as várias mídias.

A conclusão do diretor não deixa dúvidas sobre o futuro: “para a grande maioria dos americanos, o tablet será a ferramenta de informática preferida pelo meio da década, enquanto o o desktop PC irá aos poucos desaparecer".

Fonte: The Guardian; Greenslade Blog;  USC: Annenberg school for communication and journalism/John Robinson blog/First Coast News 

 

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