A medicina no Brasil em estado de crise
Pode ser apenas uma impressão. Ou uma percepção que acaba formando o que chamamos de reputação. Mas a quantidade de erros médicos em clínicas e hospitais; as queixas de pacientes que não conseguem atendimento no SUS ou pelo próprio plano de saúde para cirurgias; a série de denúncias contra profissionais que se passam por médicos, apenas porque fizeram um curso de curta duração e já saem clinicando; assédios e até estupros cometidos por profissionais da área, tudo isso mostra que a saúde no Brasil, particularmente em relação aos médicos, está bem doente.
Leia mais...O New York Times desta sexta-feira traz uma densa reportagem sobre o aquecimento global. Ignorar ou negar que o clima do mundo está ficando cada vez mais ameaçador é uma atitude inconsequente e atrasada. Mas há presidentes por aí que negam. 2018 deve ser o quarto ano mais quente da história. “O mundo não se preparou para o aquecimento global. Este verão de fogo e suor parece muito com o futuro que os cientistas têm alertado na era da mudança climática, e está revelando em tempo real como grande parte do mundo está despreparada para a vida em um planeta mais quente.” Assim a jornalista Somini Sengupta* abre a reportagem de hoje, com um panorama apocalíptico sobre o aumento da temperatura na Terra, nos próximos anos, e as consequências num futuro bem próximo.
Vez ou outra somos surpreendidos por novidades no campo da comunicação e da mídia. Não faz muito tempo, a palavra da moda era pós-verdade. Hoje, não há executivo, gerente, governante ou até mesmo um jovem que não tenha ouvido falar ou não saiba o que é “fake news”. As pessoas podem nem saber o significado de "fake", mas já sabem o que é "fake news". As “notícias falsas”, que acabaram sendo a embalagem sedutora para muitas informações suspeitas ou falsas que rolam nas redes sociais, encontrou um paladino no presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Tudo para ele, ou melhor, tudo que não seja para elogiá-lo ou badalar seu governo, com aquela cara de desdém e prepotência, é “fake news”. Principalmente quando denúncias - e são muitas - são expostas pela imprensa.
Um dos grandes problemas que as empresas enfrentam, durante o desenrolar de uma crise, é a omissão, até certo ponto confortável, do principal executivo, como se ele não tivesse nada a ver com o fato negativo. A mídia cai em cima da empresa, o que significa sobre a diretoria, e não aparece nenhum executivo para dar a cara e enfrentar, com coragem, transparência e humildade a opinião pública, nesse momento, para explicar a crise.
Hollywood já está de olho nos “meninos da caverna”. Realmente, vivemos nas duas últimas semanas um roteiro de cinema. O último membro do time de futebol “Javalis Selvagens” e seu assistente técnico foram retirados de uma caverna inundada no norte da Tailândia, pondo fim a uma provação de quase três semanas, que levou a um esforço internacional de resgate e cativou audiências em todo o mundo. Não havia quem não torcesse pelos meninos e pelos mergulhadores. De uma escolinha em São Paulo, aos craques da Copa do Mundo, que se pronunciaram nas redes sociais e na imprensa, incluindo Cristiano Ronaldo. O drama dos meninos foi objeto de comentários de chefes de governo aos de celebridades.

A história em curso do resgate da equipe de futebol da Tailândia é uma antítese bem-vinda às notícias às quais nos acostumamos. É uma história de cooperação internacional; de aventura e desventura; da importância da perícia e dos fatos; de verdadeira coragem e sacrifício altruísta; de drama humano não relacionado à violência, raiva ou ganância; da agonia compartilhada e alegria dos pais em todos os lugares que estão seguindo os esforços de resgate.
A derrota, seguida da eliminação, da seleção brasileira de futebol da Copa da Rússia, depois de ser apontada por nove entre dez comentaristas e desportistas como a favorita para ganhar a Copa, mostra, entre outros problemas que ainda estão aparecendo, a falta de uma liderança na hora do aperto e uma melhor condução do jogo, a partir do primeiro gol no encontro com a Bélgica. A desestabilização naqueles minutos posteriores ao gol, até pela forma como ele ocorreu, custaram caro à seleção, que demorou muito para "voltar" ao jogo.