40 anos depois, maior crime industrial da história continua impune
Neste 3 de dezembro completou 40 anos o pior desastre industrial do mundo: o vazamento de gás ocorrido na noite entre 2 e 3 de dezembro de 1984 na fábrica de pesticidas Union Carbide, em Bhopal, na Índia. A planta industrial era uma unidade asiática da multinacional americana Union Carbide.
Leia mais...Não há nenhuma dúvida sobre isso - o ritmo da gestão de crises está crescendo cada vez mais rápido. A mídia tradicional deixou de ser o stakeholder mais importante nesse contexto. Com a velocidade da informação e a hegemonia das redes sociais, em muitos casos a mídia tem chegado atrasada ou se precipitado nas avaliações; demora a entender o problema; ou ainda maximiza acontecimentos negativos com foco mais na reputação da empresa ou dos governos, na marca, no impacto no valor de mercado, esquecendo o interesse direto da sociedade. No cenário atual, outros stakeholders têm um protagonismo nas crises superior ao da mídia.
*Francisco Viana
Cassio: Reputação, reputação, perdi minha reputação! Perdi a parte imortal, senhor, de mim mesmo – e o que resta é animal. Minha reputação!
Iago: Honestamente, pensei que havia recebido algum ferimento no corpo, que é bem mais grave do que na reputação. Reputação é uma invenção inútil e fabricada, muitas vezes conseguida sem mérito e perdida sem merecimento (…)
A sucessão de Notas que o Instituto Lula tem divulgado desde que surgiu e se agravou a denúncia sobre imóveis adquiridos ou usados pelo ex-presidente Lula, com o beneplácito de empreiteiras, é um exemplo clássico do que não se deve fazer ante uma ameaça de crise.
O Primeiro Ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, atacou as universidades de ponta do Reino Unido por falharem em selecionar mais estudantes negros, dizendo que o racismo nas instituições líderes do Reino Unido “deveria envergonhar nossa nação”.
Ele acusou não apenas as universidades, mas também as forças armadas, a polícia e os grandes grupos empresariais da Grã-Bretanha de “atitudes arraigadas, institucionais e insidiosas” de manter as pessoas fora desse esquema.
*Mario Vargas Llosa
Uma das profissões mais perigosas no mundo de hoje é o jornalismo. Todos os anos aparecem, nos balanços das agências especializadas, dezenas de repórteres, entrevistadores, fotógrafos e colunistas sequestrados, torturados ou assassinados por fanáticos religiosos e políticos, ditadores, quadrilhas de criminosos e traficantes ou donos de impérios econômicos que veem a existência de uma imprensa independente e livre como uma ameaça aos seus interesses.
Na semana em que apareceu uma das mais graves denúncias contra a Samarco, quando o Ministério Público de MG revelou, com farta documentação, que a empresa sabia dos riscos de rompimento da barragem de Fundão, ainda em 2013, continuamos a ouvir quase todos os dias muitas explicações, anúncios de multas, promessas e poucas soluções. Segundo o MP-MG, apesar de alertada sobre o risco que problemas de engenharia representavam para a segurança da barragem, não há registro das correções. A empresa teve dois anos para corrigi-los e os órgãos de fiscalização para notificá-la, até novembro de 2015, quando a barragem se rompeu. Nada disso aconteceu. A empresa contesta as acusações.