Laboratório de crises expõe os deslizes na saúde do Rio
A denúncia contra o laboratório PCS Lab Saleme, do Rio de Janeiro, por ter liberado órgãos a serem transplantados, com o vírus do HIV, é apenas parte da série de irregularidades que permeia aquela empresa e a própria saúde no Rio de Janeiro, há bastante tempo.
Leia mais...O Brasil e, por extensão, governo, autoridades, políticos, não param de nos surpreender. A cada semana, tem-se a esperança de que pior que está, não poderá ficar. Mas a chamada “elite” que comanda o país e tem a chave do cofre e da sala da diretoria consegue piorar aquilo que já está ruim. Seja por atos ou declarações, os quais, em lugar de tranquilizar o país, deixam todos à beira de um ataque de nervos.
A pandemia do coronavírus veio como um raio que atingiu o dia a dia das pessoas e das empresas. O que era para durar poucos meses, está levando o ano de 2020 de roldão. Os empregados não voltam para o trabalho e a maioria dos alunos continua fora da sala de aula. Sem que a luz apareça no fim do túnel. Como diz o jornalista francês Marc Bassets*, “Estamos vivendo um momento histórico de desaceleração, como se freios gigantes parassem as rodas da sociedade.” Nesse contexto, articulistas de todo o mundo especulam sobre o que acontecerá quando o mundo voltar ao normal. E o que seria o normal, a partir de agora? Ninguém sabe. Jonathan Bernstein, no site Bernstein Crisis Management especula sobre o que as empresas deveriam fazer para se preparar para esse dia.
As redes sociais se tornaram uma avenida de oportunidades para as empresas, mas podem ser também uma séria ameaça de crise, por "posts" precipitados ou equivocadas de diretores, sócios ou funcionários. Mesmo que a empresa ou órgão público não sejam explicitamente citados, o simples fato de o executivo ou empregado ser vinculado ao quadro da organização, pode representar uma ameaça à reputação ou à marca, se o conteúdo do "post" for negativo. Por isso, algumas dicas dos especialistas em PR são importantes para saber como lidar e evitar crises, pela exposição desnecessária nas redes sociais.
Em tempos de pandemia, há seis meses pelo menos temos convivido com uma realidade que provavelmente não estivesse nas nossas preocupações imediatas: a finitude da vida, a perspectiva de uma hora para outra estar num hospital, numa UTI e precisar de cuidados médicos intensivos. Não importa a idade, o nível de renda ou a nacionalidade. Mas, pior que isso, enfrentando um vírus mortal, que a própria ciência confessa não conhecer direito e só agora ter aprendido como se comporta, dependendo das reações de cada paciente. Os idosos, principalmente, de uma hora para outra se viram na iminência de estarem internados num hospital, contaminados pela Covid-19. O fantasma da doença desconhecida, da morte começou a fazer parte de seus pesadelos, criando uma paranoia coletiva para as pessoas estarem afastadas, isoladas, com medo de serem contaminadas.
Muitas empresas e governos que estão hoje enfrentando a crise do coronavírus e continuam atuando, tentando fazer as coisas certas, podem ser afetados em plena pandemia por um outro problema grave. Basta observar o que aconteceu no Líbano, na última terça-feira, com a explosão de um depósito, no porto de Beirute, onde eram armazenadas – irresponsavelmente - 2.700 toneladas de nitrato de amônio. A explosão matou mais de 100 pessoas e feriu mais de 3,5 mil, numa tragédia que arrasou vários quarteirões da cidade, num momento em que os habitantes estão em isolamento por causa da pandemia. O país, que já vive uma crise econômica e social há anos, vê-se diante de outra crise. Então, o que acontece se uma segunda crise ocorrer quando você já estiver enfrentando outra crise grave?
Um evento grave, nem sempre inesperado, mas potencialmente catastrófico, que ameaça o negócio, o patrimônio ou as pessoas, é um dos maiores desafios para um líder. A primeira pergunta que uma organização ou um governo deveriam fazer, no momento de uma ameaça grave aos stakeholders ou à população é: quem vai comandar a gestão dessa crise? E rapidamente dar uma resposta.