O patético vazamento de uma ação de guerra dos Estados Unidos
O mundo se acostumou a encarar e respeitar os Estados Unidos como uma das maiores potências do mundo, não apenas pela força da economia, do empreendedorismo, da excelência de suas universidades, como principalmente pelo poderio bélico, historicamente presente em todos os grandes conflitos desde o início do século XX.
Ao mesmo tempo, os países do Ocidente, historicamente, aprenderam a admirar os líderes políticos e militares por trás desse poder. Desde os chamados "pais da república" americana, os "Founding Fathers", um grupo de figuras históricas que desempenhou um papel crucial na independência e na formação do país: George Washington, Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, John Adams, e James Madison.
Leia mais...A delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que caiu em Brasília como um tsunami, pode dar a impressão de que esse senhor repentinamente se transformou num herói, porque teve a coragem de revelar segredos da alcova do poder dos últimos 20 anos. E expôs como as empresas estatais se transformaram em polpudos cofres destinados a enriquecer partidos e caciques das mais diferentes agremiações.
Com isso, corremos o risco de transformar criminosos e ladrões em heróis nacionais, num país tão carente de líderes e referências. Seria bom dar o peso devido a esses delatores, não importa o que tenham sido, que só concordam em falar após experimentarem o aperto de um camburão da Polícia Federal, as duras camas e o frio de Curitiba e a perspectiva de, grande parte deles, morrerem na prisão.
O acidente que matou 18 pessoas, a maioria estudantes, e feriu outras 28 pessoas (algumas em estado grave) na noite de quarta-feira (8), na Rodovia Mogi-Bertioga, próximo ao litoral de São Paulo, é mais um capítulo na tragédia diária de nosso trânsito. O acidente mais uma vez expõe com toda a crueza e dor a incompetência das empresas rodoviárias, dos sindicatos de motoristas, das polícias e das autoridades para fiscalizar e disciplinar viagens de coletivos pelas estradas do país.
A crise da mineradora Samarco tem propiciado algumas lições de gerenciamento de crise relacionadas ao meio ambiente, mais pelos erros do que pelos acertos. Existem problemas que ocorrem na gestão das ações dessa crise, muitos pela ação do Ministério Público, e outros na área de relações públicas, quando a empresa tem dificuldade de se comunicar de maneira efetiva e proativa. Ou porque os porta-vozes cometem equívocos.
A abertura do sigilo da delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, junto com emails que teriam sido decifrados pela Polícia Federal, deixam a situação da presidente afastada (adjetivo legal, mas esquisito e humilhante) pior do que já estava. Esses dados que vêm à tona nesta semana acabam mostrando aquilo que a maioria dos brasileiros fala nos bastidores, a mídia tem o maior cuidado para endossar e os militantes negam: Dilma sabia de tudo o que de e'rrado acontecia na Petrobras.
Estamos nos aproximando dos Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro. Mas a expectativa de um megaevento, atraindo milhares de turistas, o que ajudaria a combalida economia da cidade, pode não se confirmar. A mídia internacional tem sido implacável em ridicularizar o Brasil, pelo momento político e econômico por que está passando. E o Rio de Janeiro, em particular, pelas sucessivas escorregadas que comprometem ainda mais a reputação da cidade para sediar um evento dessa magnitude.
Charles Fombrun, autor do livro Reputation*, usa a expressão “capital reputacional” para definir aquele capital intangível que uma corporação ou pessoa, seja na vida pessoal ou profissional, conseguiu construir ao longo da existência ou da carreira. O capital reputacional ou reputação é aquilo que os outros percebem em você ou na organização, como uma marca; não o que você ou a empresa acha que tem. Reputação não é uma fotografia do momento. É um ativo construído ao longo dos anos. Não adianta dizer “eu sou uma mulher honesta”, “eu não tenho nada a esconder”, “não há nada nas minhas palavras que me incrimine”. Isso não constrói nem ajuda a melhorar ou salvar a reputação.