Em crise existencial, universidades começam a enfrentar a ameaça do ChatGPT
O uso da IA – Inteligência Artificial na elaboração de trabalhos e pesquisas nas universidades é um tema que tem suscitado discussões e dúvidas no ambiente acadêmico e na gestão da educação. Ele coloca em xeque o modo de produção do material científico elaborado por alunos e professores, que pode ser produzido a partir de um robô, em questão de minutos. Como avaliar teses, dissertações ou projetos produzidos na era do ChatGPT? Como saber até onde o trabalho acadêmico tem o dedo do autor ou o clique do robô? O jornal britânico The Times, na edição de 24/05/25, aborda esse tema extremamente controverso, que já está na pauta de muitas universidades e centros de pesquisa em todo o mundo. O artigo provoca reflexão e um debate que em algum momento todas as instituições de ensino deverão fazer, inclusive no Brasil. Destacamos os principais tópicos do artigo.
A sucessão de crises dos últimos 60 dias, no Brasil e no mundo, colocou em evidência um tema sempre presente, mas lembrado somente na hora em que o pior acontece. O preparo, a equipe e o plano para enfrentar situações de crises graves. Em geral, a organização ou o governo se apressam em informar que ‘está formando um gabinete de crise’, diante da tragédia ou do acidente, como se essa fosse a panaceia para resolver todos os problemas negativos que afetam as instituições e empresas nos dias atuais.
A Guerra Ucrânia-Rússia completa um ano. “À medida que nos aproximamos do primeiro aniversário da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia - e a feroz resposta ucraniana apoiada por uma coalizão ocidental liderada pelos EUA - a seguinte pergunta precisa ser respondida com urgência: como é que em 23 de fevereiro de 2022, praticamente ninguém na América estava argumentando que era do nosso interesse nacional entrar em uma guerra indireta com a Rússia para impedi-la de invadir a Ucrânia, um país que a maioria dos americanos não conseguia encontrar em um mapa em 10 tentativas?”
A cultura da gestão de riscos e crises no Brasil ainda não foi disseminada. Pelo menos a metade das maiores empresas do país, segundo pesquisas, têm a gestão de riscos e crises na pauta, mas não implantaram uma área específica para cuidar do tema. Por isso, informações de interesse público que possam evitar eventos negativos, que representem risco e poderiam se transformar em crises, devem ser amplamente divulgadas. Os gestores têm que entender que falar sobre gestão de riscos e crises, compartilhar conteúdos, institucionalizar uma área, tudo isso vai melhorar a relação dessa organização com a sociedade e seus stakeholders. Quem diz isso é João José Forni, em densa entrevista concedida ao portal Observatório da Comunicação de Crise, lançado nesta semana, pela Universidade de Santa Maria (UFSM), em parceria com outras universidades do Brasil e de Portugal.
Foi lançado em 8 de fevereiro o Observatório da Comunicação de Crise (OBCC), dispositivo inédito no país dedicado a reunir o conhecimento produzido no campo da Comunicação em torno da gestão de crises em organizações. Em um único site, o Observatório busca armazenar a produção sobre o tema nos mais diversos formatos, como artigos, capítulos de livros, entrevistas, teses e dissertações, além de filmes, séries, vídeos e documentários. Paralelamente, artigos de opinião e análises de casos sobre acontecimentos atuais também estarão presentes na plataforma.
“Com o início de 2023, o mundo vem enfrentando um conjunto de riscos que são considerados totalmente novos e misteriosamente familiares. Temos visto um retorno de riscos “mais antigos” – inflação, crises do custo de vida, guerras comerciais, saídas de capital de mercados emergentes, tumulto social generalizado, confrontos geopolíticos e o espectro de um conflito nuclear – que poucos líderes empresariais e formuladores de políticas públicas desta geração já vivenciaram.”
Há dez anos, o Brasil acordou com as cenas terríveis do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria-RS. Impossível mensurar o tamanho dessa tragédia em termos humanos, pelo número de vítimas, pela idade da maioria delas, pela forma irresponsável e pela sequência de erros e omissões que provocou o incêndio.