Foi lançado em 8 de fevereiro o Observatório da Comunicação de Crise (OBCC), dispositivo inédito no país dedicado a reunir o conhecimento produzido no campo da Comunicação em torno da gestão de crises em organizações. Em um único site, o Observatório busca armazenar a produção sobre o tema nos mais diversos formatos, como artigos, capítulos de livros, entrevistas, teses e dissertações, além de filmes, séries, vídeos e documentários. Paralelamente, artigos de opinião e análises de casos sobre acontecimentos atuais também estarão presentes na plataforma.
Ao oferecer conteúdo acessível e gratuito, iniciativa objetiva auxiliar práticas profissionais e acadêmicas através da popularização da ciência.
A ação é coordenada pelo professor Jones Machado, do departamento de Ciências da Comunicação da UFSM, no campus de Frederico Westphalen. Juntam-se a ele demais pesquisadores da Instituição e de outras universidades, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade de São Paulo (USP), a Fundação Cásper Líbero e a FACCAT – Faculdades Integradas de Taquara. A Universidade do Minho (UMinho) e a Universidade Beira Interior (UBI), localizadas em Portugal, também integram o projeto.
Veja mais detalhes da plataforma do OBCC, no site agora lançado, clicando aqui.
“O primeiro entrevistado do OBCC é também uma das principais referências no Brasil quando o assunto é risco e crise. Abrimos esta seção com o Prof. João José Forni, professor de Comunicação Pública e Gestão das Organizações, com foco em gestão de riscos e crises, autor do livro “Gestão de Crises e Comunicação – O que Gestores e Profissionais de Comunicação precisam saber para enfrentar Crises Corporativas”.
A conversa aborda interfaces atuais com os temas tratados pelo OBCC, a exemplo dos fenômenos das fake news, da cultura do cancelamento, da pós-verdade e da viralização de conteúdos por aplicativos de mensagem.
A fim de contextualizar suas reflexões, o entrevistado também discute casos como a prática e os estudos sobre gestão de crises foram impactados pela pandemia de Covid-19, e exemplificou o que ele considerou 'cases' graves de crise com uma excelente gestão, além daqueles que tiveram uma errático e calamitoso gerenciamento, como o do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, em 2013, e os acidentes com o novo modelo da Boeing, o 737 MAX, logo após o lançamento, na Indonésia e na Etiópia, em 2018 e 2019, que causaram a morte de 343 pessoas . O especialista também fala sobre como evoluiu essa competência do gerenciamento de crises no Brasil. E da necessidade das empresas e organizações públicas se conscientizarem de que não dá mais para prescindir de pessoas treinadas e mecanismos de governança e compliance sobre esse tema tão importante para a sobrevivência e o futuro das organizações.
Entrevista do professor João José Forni ao Observatório da Comunicação de Crise