A medicina no Brasil em estado de crise
Pode ser apenas uma impressão. Ou uma percepção que acaba formando o que chamamos de reputação. Mas a quantidade de erros médicos em clínicas e hospitais; as queixas de pacientes que não conseguem atendimento no SUS ou pelo próprio plano de saúde para cirurgias; a série de denúncias contra profissionais que se passam por médicos, apenas porque fizeram um curso de curta duração e já saem clinicando; assédios e até estupros cometidos por profissionais da área, tudo isso mostra que a saúde no Brasil, particularmente em relação aos médicos, está bem doente.
O drama dos 33 mineiros soterrados em uma mina no Chile, acompanhado por toda a mídia mundial, independentemente do lado humano, pode ser uma experiência interessante para analisar conceitos e premissas de gestão de crises. A começar pelas falhas que levaram ao desabamento. A empresa proprietária da mina não cumpria as mínimas exigências de prevenção de acidentes, o que poderia ter evitado ou minimizado a tragédia. As famílias resolveram processar a mineradora. Tentativa que poderá ser em vão, porque ela não voltará a funcionar. Está quebrada.
Uma das maiores preocupações das empresas atuais são as chamadas redes ou mídias sociais. Quase todos os dias temos registros de crises iniciadas a partir das redes, principalmente Twitter, Facebook e Orkut, incluindo também o poder de fogo dos blogs. As empresas e organizações públicas começam a estruturar áreas específicas para monitorar as mídias sociais. Não só acompanham, como respondem quando necessário.
Os sites www.comunicacaoecrise.com e www.jforni.jor.br tiveram, juntos, incremento de 48,46% no número de pageviews no mês de maio, alcançando o maior número de visitas, como de páginas visitadas, desde a criação em 2007. A média diária de acessos cresceu 44%.
Os 97 jornais filiados ao Instituto Verificador de Circulação (IVC) registraram aumento de 1,5% na circulação no primeiro quadrimestre de 2010, em comparação com igual período de 2009. Num período em que jornais do mundo todo, com exceção apenas da Alemanha, amargam um período de vacas magras, é supreendente o crescimento dos jornais brasileiros. A circulação dos jornais americanos caiu 8,6% entre outubro de 2009 e março de 2010.
O Senado Federal não mostrou qualquer empenho em resolver a crise que há três meses mantém o Congresso nas manchetes.