A medicina no Brasil em estado de crise
Pode ser apenas uma impressão. Ou uma percepção que acaba formando o que chamamos de reputação. Mas a quantidade de erros médicos em clínicas e hospitais; as queixas de pacientes que não conseguem atendimento no SUS ou pelo próprio plano de saúde para cirurgias; a série de denúncias contra profissionais que se passam por médicos, apenas porque fizeram um curso de curta duração e já saem clinicando; assédios e até estupros cometidos por profissionais da área, tudo isso mostra que a saúde no Brasil, particularmente em relação aos médicos, está bem doente.
Leia mais...A CPI instalada no Senado há pouco mais de um mês foi criada para apurar como o governo federal conduziu a gestão da pandemia. Na medida em que os trabalhos dessa Comissão avançam, revelando aos poucos como o ministério da Saúde errou ao desdenhar de ofertas de vacinas no ano passado, começam a aparecer testemunhas que, provavelmente, chegam com o intuito mais de confundir do que esclarecer. Uma delas teve seu protagonismo nesta semana.
Se há uma coisa que o período da pandemia agravou foi a credibilidade e o poder das redes sociais, colocando em xeque informações não comprovadas. Desde o início de 2020, pesquisas apontavam que o aumento das fake news, principalmente as relacionadas à Covid-19, levou leitores e usuários das redes a procurarem outras fontes, não confiando em muito do que era publicado nas mídias sociais. Como se sabe, as redes sociais emergiram como uma poderosa ferramenta para a expressão e o engajamento político. Daí o perigo de se transformarem em instrumento de distorção da verdade e até de mais um instrumento político para, deliberadamente, enganar os eleitores.
A última semana de maio foi palco de alguns eventos negativos que representam crises graves. Neles, ficou patente como as empresas que não levam a sério a prevenção de acidentes e não têm uma cultura, nem uma área de gestão de riscos, acabam envolvidas por eventos graves, causando a morte e ferimentos em muitas pessoas.
“Não importa o quão bons sejam seus sistemas de gestão de risco, as empresas não podem planejar para tudo. Alguns riscos estão fora da esfera de experiência das pessoas ou tão remotos que ninguém poderia imaginá-los. Alguns resultam de uma tempestade perfeita de quebras coincidentes e alguns se materializam muito rapidamente e em escala enorme. Esses novos riscos, como os autores os chamam, não podem ser tratados seguindo um manual padrão.”
Problema elétrico do Boeing 737 MAX afeta alguns aviões do modelo e a crise da Boeing com esse avião parece não ter fim.
Algumas crises começam, duram algum tempo e não terminam rapidamente. Quando envolvem uma marca, por mais forte que seja, acaba produzindo um desgaste difícil de reparar, no futuro. De certa forma, são crises intermináveis. É o que está acontecendo com a Boeing, em função do labirinto em que entrou o modelo 737 MAX, lançado como a grande esperança da empresa para reverter perdas nos últimos anos. Poucos meses depois de retornar aos céus, o problemático jato da Boeing enfrenta outro revés.
A ONG médica afirma que a negligência do governo está custando vidas, já que o número de mortos ultrapassa 362.000, perdendo apenas para os EUA. Hoje (16), o País chegou perto de 370 mil mortos, com mais 3.070 perdas em 24h.
A resposta negligente do governo brasileiro à Covid-19 mergulhou o país sul-americano em uma "catástrofe humanitária" como uma bola de neve que deve se intensificar nas próximas semanas, alertou a ONG médica Médicos Sem Fronteiras.
A denúncia foi publicada na quinta-feira, nos principais jornais do mundo. O britânico The Guardian publicou a notícia como chamada de capa do site. No início de maio do ano passado, o mesmo jornal dizia que "O Brasil viu o maior aumento diário em seu número de mortes por coronavírus, apesar das sugestões errôneas do presidente Jair Bolsonaro de que o pior da crise havia passado." Foi quando o presidente minimizava a pandemia, alegando que era uma "gripezinha", que logo passaria.