O Natal e o Ano Novo chegam mais rápido do que a gente imagina. 2017 foi engolido pelos acontecimentos, que se sucederam numa rotina de expectativas que não se concretizaram e da triste realidade de um país que vive em permanente conflito com o futuro. A palavra "crise", com todo o significado que possa suscitar, assumiu um protagonismo incômodo e reluta em desaparecer.
Em alguns momentos, tivemos cenários muito conturbados, como se a humanidade estivesse numa eterna batalha. O radicalismo ataca. Vivemos num estado permanente de alerta e desconfiança. Se no Brasil é pela insegurança pessoal, no exterior é pelo terrorismo. Só o esporte, a música, a arte em geral e a solidariedade têm o condão de dar um rasgo de esperança de que é possível a gente se entender. Mas os governos e os mais diversos grupos ativistas, seja por interesse político ou religioso, não colaboram. Não se entendem. Então, o que predomina é a ideologia do terror, do crime, do ódio, que tornam o mundo um lugar muito perigoso para se viver; ou a crescente diáspora de refugiados e explorados, que marcham em busca da terra prometida, escurraçados por questões de raça, crenças religiosas ou nível econômico, sem pátria e sem futuro. A ONU denuncia que hoje atingimos um número de refugiados que só teve um precedente, na época da II Guerra Mundial.
A paz todos os anos evocada nessa época do ano continua como uma grande miragem, especialmente quando dois mentecaptos, em cada lado do mundo, brincam de gato e rato para ver quem é o mais forte. Vale repetir o artigo que publicamos ano passado, que continua atualíssimo, porque, lamentavelmente, o mundo pouco mudou. No Brasil, aumentou a pobreza, a violência e a incapacidade dos governos de resolverem as mínimas demandas da população. O melhor presente de Natal seria o poder público entregar aquilo que o cidadão mais almeja. E não é muito: saúde, segurança, educação e a garantia de que toda a energia das autoridades está voltada para resolver essas demandas e não a própria sobrevivência política. Mais um Natal. E pouco caminhamos no sentido de um mundo e de um país melhor. Entra ano, sai ano, a gente ouve muitas promessas, e enxergamos poucas realizações. Vamos torcer para que em 2018 esse país injusto com a maioria da população possa apontar alguma luz no fim do túnel.
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