O futebol no mundo, e principalmente no Brasil, já não tem uma boa reputação. Equipes endividadas, cartolas que fazem péssimas gestões, além de problemas que cercaram a organização da Copa do Mundo, tudo contribui para uma reputação bastante arranhada.
O escândalo que pipocou hoje, a partir dos EUA, bate direto na imagem e reputação da FIFA e de sua diretoria. Onze dirigentes indiciados, sete presos, muitos outros investigados, que ainda não apareceram, a tempestade, parece, está apenas começando. E a Justiça americana, pela liturgia da bem organizada entrevista à imprensa, não alivia quando a investigação envolve corruptos. De lá, eles saem algemados e vão para a penitenciária.
O futebol, tão desgastado com constantes escândalos, e no Brasil agravado ainda pelos bilhões de reais gastos em estádios para a Copa do Mundo, alguns deles verdadeiros “elefantes brancos” é manchado por um escândalo internacional, envolvendo dirigentes da Fifa. Para nossa imagem no exterior, já manchada pelo escândalo da Petrobras, o envolvimento de três brasileiros nesse escândalo é extremamente negativo. Além do ex-presidente da Fifa, José Maria Marins, preso, estão indiciados o empresário brasileiro J. Hawilla, ligado a negociações de patrocínio, dono de cadeia de TV; e José Lázaro Marguilies, proprietário das empresas Valente Corp. e Somerton Ltd. também da área de transmissões esportivas. Hawilla confessou os crimes e se livrou da prisão em troca da devolução de milhões de dólares das propinas.
Os valores da propina apurados pelos EUA chegam a US$ 150 milhões e envolvem negociações que teriam ocorrido na escolha da Rússia, como sede da Copa de 1918; do Qatar, 1922, além de campeonatos Libertadores e Copa do Brasil.
Não é a primeira vez que a Fifa aparece em denúncias de corrupção. Em dezembro de 2014, já havia indícios de apuração de falcatruas na entidade. As prisões e investigação nos EUA podem ser a ponta do iceberg e colocam dúvidas se houve transparência e honestidade no processo de escolha dos últimos torneios, inclusive o do Brasil.
A acusação do Departamento de Justiça dos EUA informou que a corrupção era planejada nos EUA, mesmo sendo operada em outros países. Eles caíram na malha, por usarem bancos americanos para transferir dinheiro. A prisão na Suíça também foi planejada. Além de pegar todos os peixes graúdos juntos, a Suíça não coloca obstáculo à extradição de criminosos para os Estados Unidos.