A gestão de crises não termina quando uma organização consegue administrar e superar os problemas que desencadearam a crise. Para alguns pode parecer estranho, mas as crises apresentam grandes oportunidades para crescer e aprender. Apesar de ameaça e de ruptura na normalidade, as crises realmente desafiam a criatividade e a capacidade de superação das pessoas e organizações.
Assim entende o especialista em gestão de crises Jonathan Bernstein. Ele recomenda seguir os conselhos do Consultor de Negócios Ron Ashkenas, publicados no blog da Harvard Business Review. Ao tempo em que critica a burocracia no Haiti, como fator de agravamento da crise que atingiu aquele país no ano passado, o consultor explica a mudança que ocorre durante as crises, e dá alguns excelentes conselhos sobre como aproveitar essa chance, tanto quanto possível:

“As pessoas crescem para responder às inundações e tempestades de neve, aos problemas urgentes do cliente, aos desafios financeiros ou aos movimentos do competidor. Os níveis de colaboração e de criatividade aumentam; um senso de urgência permeia o trabalho; e todos contribuem para resolver os problemas ou atingir a meta. Mas quando a crise passa, as coisas voltam ao normal. A crise torna-se parte do folclore da companhia, em vez de ser considerada uma etapa importante para um desempenho duradouro”.

O consultor diz que você pode capturar o espírito e a energia de uma crise e utilizá-la não só para atingir o objetivo imediato, mas também para construir novos padrões de realização ao longo do tempo. Se você e sua equipe recentemente experimentaram um aumento de produtividade devido a uma crise, a um prazo especial ou a um desafio extraordinário, considere tomar os seguintes passos:

1) Organize uma clínica de aprendizagem pós-crise. Inclua as pessoas-chave que estavam envolvidas - de sua equipe, de outros setores da organização e até mesmo terceiros. Faça um balanço do que você aprendeu: O que foi feito de forma diferente? Que novos padrões ou inovações foram desencadeados pela crise? E o mais importante, que novas formas de trabalhar - individualmente ou coletivamente - devem ser estimuladas?

2) Identifique uma iniciativa importante que você quiser acelerar. Defina uma meta de expansão que irá demonstrar os avanços em 100 dias ou menos - e, em seguida, conscientemente, aplique nela um ou mais dos novos padrões. Use os próximos 100 dias, como um experimento em tempo real para construir novas inovações na memória do seu time, ao mesmo tempo, gerando aprendizagem adicional a partir do desafio de 100 dias.

Segundo Bernstein, “toda vez que você enfrentar um desafio é uma oportunidade para melhorar, mas a grande maioria das organizações são extremamente falhas nesse tipo de  prática. Ao tomar as medidas que recomenda Ashkenas, você pode aproveitar a energia e criatividade que nascem durante a crise para se fortalecer contra a próxima”.