mediatrainingNuma época em que a reputação pode ir para o brejo em questão de minutos, celebridades, políticos e executivos estão cada vez mais preocupados em se apresentar bem na mídia. Alguns, mais corajosos, mas sem treinamento, enfrentam câmeras, jornalistas e coletivas no peito e na raça. Pagam para ver e se dão mal.

Para isso existem os cursos de Media Training. Mas como saber se a empresa ou o jornalista que você pretende contratar vai realmente entregar aquilo que promete? Como saber se tem experiência? Segundo Jonathan Bernstein, jornalista americano, especialista em crises de imagem, “o problema é que muitas pessoas simplesmente não sabem como determinar se a empresa de media training escolhida é qualificada para prepará-los adequadamente”. Escolher um “media trainer”, diz Bernstein, não é o mesmo que escolher um mecânico, um advogado ou um bombeiro.

Para isso, o especialista em gerenciamento de crises fez uma lista de questões para perguntar a uma potencial empresa ou a um profissional de media training, antes de contratá-los.  As respostas podem evitar a doença do “quebra-queixo”, quando inúmeros microfones dos repórteres são enfiados na sua cara – desde que, naturalmente, você ouça os conselhos de seu personal trainer.

  1. Você trabalhou como jornalista na redação?
  2. Se sim, que tipo de jornalista você foi (âncora, repórter investigativo)?
  3. Se a resposta à pergunta for não, qual é a base que você tem para entender a mídia?
  4. Seu treinamento inclui como tratar a mídia não tradicional, por exemplo, mídias sociais?
  5. Você ensina como nós podemos manter as competências que nós aprendemos de você no treinamento? Seja específico.
  6. Seu treinamento prepara-nos tanto para entrevistas rotineiras, quanto para entrevistas no nível de crise?
  7. Há quanto tempo você tem trabalhado com treinamento de mídia?
  8. Você pode me mostrar algo que você tenha escrito sobre este tópico e/ou artigos nos quais você foi entrevistado?
  9. Se algo vazar e todo mundo ficar sabendo, você pode nos ajudar com conselhos rápidos sobre o que nós podemos dizer?
  10. Você é um profissional com experiência de entrevistado na mídia, ou seja, você pratica o que nos ensina?

Em resumo, Bernstein alerta para os executivos não comprarem gato por lebre. Numa época em que reputação passa a ser um ativo importante na carreira dos executivos, a demanda por media training vem crescendo, tanto nas empresas privadas quanto na área pública. Aparecem no mercado muitos aventureiros, que pelo simples fato de terem passado, rapidamente, por uma redação ou por uma assessoria de imprensa, sentem-se aptos a dar consultoria ou fazer treinamentos específicos de media training.

Não basta ter experiência profissional. Há uma qualidade imprescindível para quem quiser ensinar executivos como devem agir nas relações com a mídia e, principalmente, nas situações de crise: a habilidade para ensinar, debater, ouvir e discutir divergentes pontos de vista. A experiência sozinha não resolve. Ensinar não é apenas reproduzir experiências profissionais ou contar histórias. É muito mais do que isso. Se quiser saber como se ensina, procure se lembrar dos bons professores que teve. Outro fator importante: escolher quem cobra mais barato. Esse é o tipo de escolha em que a técnica se sobrepõe ao preço. Como é um mercado em franca ascensão, acaba se transformando num território muito propício a aventureiros.

Prefira a empresa ou o profissional que já tem uma boa experiência de treinamento, procure ter feedback dos eventos realizados e não decida por grife ou celebridades apresentadas no portfólio da empresa. As celebridades nem sempre são bons instrutores. Veja o conjunto da obra e só então jogue sua diretoria no treinamento. Cuidado para não fazer de seus executivos cobaias de empresas que estão aprendendo no mercado. O tiro pode sair pela culatra. (05/10/10)

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