CarasOs jornais americanos, depois de amargar prejuízos, demissões e até fechamento de alguns títulos, apresentaram lucros no segundo trimestre. Três grandes empresas, que publicam o New York Times, Washington Post e USA Today, somando juntos 3,81 milhões de exemplares diários, surpreenderam o mercado com os resultados. O NYT que esteve a ponto de entregar a majestosa sede, em Nova York, para pagar dívidas, apresentou receita líquida de US$ 39,1 milhões. Com queda de 20% nos custos operacionais, pode economizar até R$ 450 milhões no ano.

O Washington Post foi mais surpreendente, segundo analistas. Anunciou receita total de US$ 1,13 bilhão e receita líquida de US$ 11,4 milhões, vindo de um prejuízo em 2008 de US$ 2,7 milhões. A Gannet, que publica o USA Today, o mais vendido dos Estados Unidos (2,1 milhões de exemplares) apresentou lucro de US$ 70,5 milhões, revertendo uma perda de US$ 2,29 bilhões em 2008.  Embora afaste um pouco as nuvens negras que pairavam sobre as empresas jornalísticas americanas, os números não tiram da agenda a discussão sobre o pagamento ou não do conteúdo on line, a grande trava na garganta da mídia impressa dos EUA. No mês passado, Rupert Murdoch, o poderoso capo da News Corporation, um dos maiores grupos de mídia do mundo, liderou uma reunião com diretores de jornais americanos para discutir o tema, que está longe, ainda, de um consenso.

Segundo levantamento da Scarborough Research, 128,5 milhões de americanos adultos lêem jornais em papel por semana nos EUA.  Para efeito de comparação, só o portal do New York Times tem 20 milhões de pageviews diárias. Depois do USA Today, o segundo maior jornal em tiragem diária é o  Wall Street Journal (2,09 milhões), seguido do Los Angeles Times (723 mil), Washington Post (665 mil), Daily News (602 mil), Houston Chronicle (558 mil), Chicago Tribune (501 mil), New York Post (425 mil) e Arizona Republic (389 mil).

Revistas de futilidades aumentam circulação

O jornal Meio & Mensagem informa que cresceu 5,6% a circulação das revistas semanais no primeiro semestre, considerando os 24 títulos auditados pelo IVC nos seis meses iniciais de 2008 e 2009. Mas não devemos comemorar como um grande avanço, digamos, cultural dos leitores brasileiros. A alta foi sustentada pelo interesse dos leitores por novelas, bastidores da televisão e vida das celebridades.

“O melhor desempenho foi novamente dos títulos populares, que avançaram 16%, puxados pela líder Ana Maria, com crescimento igual à média desse nicho: 16%, com média de 219.514 exemplares por semana embora este seja o único título de toda a lista de semanais que ainda não consolidou seus números de junho de 2009. Também foram bem os seis títulos que vêm a seguir no ranking de populares: Viva Mais (22%, atingindo média de 213.618), Tititi (13%, chegando a 139.394), Malu (17%, com média de 120.762), Minha Novela (14%, marcando 114.705), TV Novelas (66%, atingindo 69.116) e Sou+Eu (26%, com 58.972). TV Brasil (-4%), Guia da TV (-5%) e Conta Mais (-2%) foram os três únicos títulos populares que perderam circulação”, segundo Alexandre Lemos do M&M.

Triste cenário para o Brasil, de futilidades e fofocas. A circulação das revistas de celebridades aumentou 6% no primeiro semestre, com a líder Caras avançando 9% e atingindo circulação média semanal de 312.056 exemplares. Contigo, com média de 147.476, e Quem, com 90.277, avançaram 4% cada. E a IstoÉ Gente caiu 3,5%, chegando a 57.669.

Não menos triste cenário para o Brasil, em que a informação encalhou. Entre as revistas chamadas informativas, que continua liderando o mercado de semanais, praticamente não houve alteração na circulação, com oscilação negativa de 0,1%. A líder Veja cresceu 0,2%, atingindo média semanal de 1.097.481 exemplares. Época cresceu 1,5% (417.789), IstoÉ encolheu 4% (338.549) e Carta Capital avançou 10% (33.010).

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