Plataforma_de_petroleoEra o que faltava para apimentar ainda mais o clima de crise do Congresso Nacional. O jornal O Estado de S. Paulo divulgou quinta-feira (9) que a Fundação José Sarney, do Maranhão, é suspeita de desviar R$ 1,3 milhão para empresas fantasmas e outras da família do Senador. A verba é da Petrobras, repassada em forma de patrocínio para um projeto cultural que nunca saiu do papel.  O jornal apurou que pelo menos metade do dinheiro foi parar em contas de empresas prestadoras de serviço com endereços fictícios.

O Senador José Sarney novamente se perdeu nas explicações. Uma nota apressada, corrigida por outra minutos depois. Isso é muito ruim nas crises. Respondeu que não lhe competia prestar contas da fundação em seu nome, que tem administração própria. E sim ao Ministério a Cultura, por ser projeto com recursos incentivados. É apenas uma justificativa. Mas seria bom apurar quem “deu uma forcinha” na Petrobras para aprovar esse patrocínio. Será que não houve alguma intervenção do Senador?  Alguém acredita que o Senador não sabe o que acontece na “sua” Fundação?

A denúncia acendeu ainda mais a divisão que havia no Congresso entre aqueles que querem o afastamento de Sarney e os que desejam instalar a CPI da Petrobras. Do jeito que a corda estava, puxada para lados opostos, ninguém chegaria a lugar algum. O Senadores entraram em acordo para aliviar Sarney em troca da instalação da CPI. Pior para a Petrobras. Acertaram a instalação para a próxima terça-feira. Quanto ao patrocínio, essa farra com dinheiro de estatais não é novidade.

Há muito tempo prefeituras, fundações, políticos, artistas, intelectuais e outros promotores, com amigos na corte, forçam a barra nas empresas estatais para conseguir patrocínios milionários. Também não é exclusividade desse governo, embora algumas estatais nos últimos anos estejam merecendo uma rigorosa auditoria para se descobrir onde foram parar os milhões aplicados em patrocínios, sem o mínimo interesse comercial. Apenas alimenta a indústria dos festivais, seminários, carnavais, festas juninas pagas com o lucro das estatais. A desculpa para o retorno mercadológico, é apenas história para boi dormir. A maioria dos projetos não é fiscalizado, como se depreende da reportagem do Estadão. Não fosse a denúncia da imprensa, será que ficaríamos sabendo para onde foram os recursos aplicados na Fundação José Sarney?

Com a denúncia do Estadão, o que o governo não queria aconteceu: misturou-se a crise do Senado com as investigações sobre a Petrobras. Associar o nome de qualquer empresa a uma CPI nunca faz bem à imagem. Diante do inevitável, não resta outra coisa à Petrobras se não mostrar serviço para fugir das manchetes nos próximos meses. Se depender da base aliada, que controla a CPI, a Petrobras pode ficar descansada. A oposição faz muita marola, mas na hora do vamos ver ela acaba aceitando a decisão da maioria.  


Receita para a crise da mídia impressa

Instigante artigo de Jason Pontin , sob o título Como salvar a mídia, analisa os caminhos da mídia tradicional, principalmente dos jornais. Ele é editor-chefe da Technology Review, site de pesquisas e artigos, publicado pelo MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em Cambridge, EUA, onde Jason mantém um blog.  O artigo foi traduzido e adaptado por Luiz Weiss do Observatório da Imprensa, com o título Receita para a crise da mídia impressa.

É uma leitura interessante sobre o futuro da mídia impressa, motivo hoje de análises e discussões que giram desde as premonições dos apocalípticos que pregam o fim dos jornais, até com data marcada, aos conservadores, que acreditam piamente que o jornal jamais acabará. Uma boa reflexão sobre os caminhos que se descortinam para a mídia impressa, principalmente pela sua crescente dificuldade de gerar receitas sustentáveis, o que, em consequência, traz reflexos nas redações e na qualidade do material produzido.

Empresa aérea quer passageiros de pé

A companhia aérea irlandesa de baixo custo Ryanair lançou uma enquete on line, perguntando aos clientes se gostariam de viajar em pé em trajetos curtos, em troca de passagem de graça ou com desconto de 50% em relação aos demais passageiros.

Ela pretende modificar a parte traseira dos aviões para instalar os “assentos verticais”, semelhantes aos de um balcão de bar. O diretor da empresa, Stephen McNamara, comparou o serviço projetado, com o utilizado pelos usuários de ônibus e metrôs, que durante horas viajam de pé e pagam a mesma tarifa dos que viajam sentados. Vai ver ele tem razão. De graça, deve ter muita gente que irá topar. Falta responder apenas uma coisa: o que a empresa vai lucrar com os passageiros que viajarem de pé e de graça?

Essa não foi a única idéia estranha da Ryanair. No fim do ano passado, eles acenaram com a possibilidade de cobrar uma libra durante os vôos para quem quisesse utilizar os toaletes do avião. A idéia, felizmente, até agora parece que não pegou.

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