Além da família muçulmana, todos os 104 passageiros foram obrigados a descer para uma revista geral, que incluiu as bagagens. Só então o voo prosseguiu. Mas a família não pôde voltar ao avião, mesmo depois de o FBI tê-los liberado, por não ter encontrado qualquer indício ou suspeita de terrorismo. Todos os membros da família tiveram que comprar passagem em outra empresa para poder viajar.
O fato aconteceu no primeiro dia do ano. Após a truculência da tripulação, na sexta-feira (2), a empresa teve que se desculpar com a família. Além de assumir os custos da passagem que compraram, a empresa ofereceu outro voo totalmente gratuito para eles.
O incidente aconteceu no Aeroporto Ronald Reagan, em Washington. O destino da família era Orlando, na Flórida. Todos, com exceção apenas de um amigo da família, eram americanos nascidos nos Estados Unidos. Eles lamentaram não terem podido viajar, mesmo após o FBI ter liberado.
A empresa aérea inicialmente não considerou o fato um erro, alegando obedecer a procedimentos de segurança. No dia seguinte, chamou o incidente de “mal-entendido” e se desculpou com os 104 passageiros, incluindo os nove expulsos.
A família reconhece que tem sido muito difícil conviver com a realidade atual nos Estados Unidos. Pela cor da pele e até pelo vestuário, as pessoas os olham de maneira estranha.
Apesar do reconhecimento do erro, a discriminação contra pessoas de origem ou aparência árabe está se tornando um grave problema não apenas nos Estados Unidos, mas também na Europa. Apesar do reconhecimento do equívoco, o ato gerou um grande desgaste para a imagem da empresa. Além de ampla divulgação internacional, associações muçulmanas fizeram protestos e não descartam a possibilidade de uma ação judicial.