As TVs e rádios americanas ignoram a América Latina. O Continente é apenas citado nas negociações das Farc e do governo da Venezuela para libertar os reféns ou eventualmente em alguma notícia do México. A mídia americana dá mais importância ao futuro casamento do presidente da França, Sarkozy, ou aos arroubos bélicos do Presidente do Irã, do que a qualquer fato político ou econômico da América Latina.<!--break-->
O assunto preferencial atualmente é a eleição americana. A mídia eletrônica gasta horas e horas de discussão e debates sobre as primárias, ouvindo candidatos e eleitores, com intervenções longas e cansativas. O comportamento da economia americana, com os reflexos locais, também tem merecido destaque na imprensa. Os prejuízos dos bancos americanos têm mais destaque na imprensa brasileira do que na mídia americana.
As rádios hispânicas, em Miami, quando fazem um retrospecto das notícias do dia mencionam a América do Sul apenas por algum fato negativo relevante. O Brasil foi citado pelas inundações em São Paulo, pelo roubo das obras de arte do Masp, este, sim, um tema com bastante destaque, e até o surto de febre amarela no Centro-Oeste. De resto, é como se nada tivesse acontecendo no país. A pseudo hegemonia do Brasil na América do Sul é simplesmente ignorada pela mídia americana.
A maioria das notícias em canais dirigidos para o público hispânico dizem respeito ao México e até mesmo Cuba. Colômbia e Venezuela, pela alta exposição no período acompanhado, também mereceram algum destaque, até porque Chaves continua uma figura controvertida tanto para os Estados Unidos quanto para a comunidade de imigrantes.
Nos jornais, o comportamento é semelhante. Nem o futebol brasileiro, em período de relativo recesso, merece alguma menção nas páginas de esportes dos periódicos americanos. Os grandes jornais locais quase sempre dão manchetes de assuntos que interessam à comunidade e não fazem uma cobertura nacional, como acontece no Brasil.