Os tentáculos da Operação Lava Jato começam a se estender a outras empresas e áreas de negócio. Na esteira do escândalo da Petrobras e seus vários “filhotes”, Pasadena, Refinaria Abreu e Lima, Comperj, SBM, Sete Brasil, estaleiros, construtoras, a operação da PF nesta manhã pegou peixe graúdo, no âmbito político, e chegou no estuário por onde quase sempre desaguam elevadas quantias, alocadas nas contas quase sempre nebulosas da Publicidade.
A operação, que parece não ter fim, implodiu mais um grupo de suspeitos ligados ao núcleo político e à publicidade, prendendo hoje mais seis pessoas, entre elas três ex-deputados, num esquema de desvio de dinheiro numa área que até agora não tinha aparecido como figurante nesse escândalo. Era questão de tempo. Na 11a fase da Operação Lava Jato, a PF denunciou indícios de irregularidades em contratos publicitários da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde. Entre as sete pessoas presas, o folclórico ex-deputado André Vargas, ex-cacique do PT e ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, além de seu irmão, entre outros.
Segundo a PF, uma agência de publicidade que detinha a conta da Caixa e do Ministério da Saúde fazia subcontratações de empresas fornecedoras de materiais publicitários. Essas empresas, porém, não existiam fisicamente e tinham como sócios André e Leon Vargas. Como não havia prestação de serviço, estas contratações eram realizadas apenas para a lavagem de dinheiro. “Ainda é cedo, não dá para estimar” de quanto foi o desvio.
A PF informou que, a princípio, essas operações não teriam ligações com as irregularidades na Petrobras. Mas como todos os suspeitos têm ligação com o doleiro Alberto Youssef, considerado o líder do esquema bilionário de corrupção, é possível que os valores desviados possam ter sido para algum esquema de apoio político.
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