O Rio de Janeiro destacou-se nos últimos anos no noticiário nacional sobre segurança com a implantação das Unidades de Polícia Pacificadoras – UPPs, o cartão de visitas do secretário de segurança do Rio, José Beltrami. Elas também cacifaram a carreira eleitoral do governador Sérgio Cabral, durante dois mandatos. O governador ainda elegeu o sucessor, apesar das graves crises de governo e de reputação pessoal que enfrentou no segundo mandato, a ponto de esse desgaste tê-lo alijado de cargos no governo federal ou de disputas eleitorais.
Mas, a despeito dos recursos postos à disposição do governador, pelo amigo Lula, desde seu primeiro governo, e de toda a badalação em torno da experiência exitosa de “pacificação” das favelas mais violentas do Rio, parece que o modelo está entrando num processo de esgotamento ou pelo menos está sofrendo de desgaste material. Moradores que acompanharam o início da ocupação do Complexo do Alemão, em 2010, têm sofrido com o aumento da violência. E até os policiais, diante da pressão por atos de violência cometidos, desabafam de forma anônima à imprensa que são colocados nas UPPs sem qualquer preparo para situações extremas. O tema merece uma análise mais cuidadosa, como se deprende no artigo publicado no site.