volkswagen crisisA Volkswagen culpou, nesta quinta-feira, a prejudicial crise das fraudes na emissão de gases tóxicos a uma "cadeia de erros", que começou com o incentivo da empresa à produção de motores diesel para os EUA, em 2005, e à "cultura de tolerância" para que houvesse quebra de regras que permitiram a fraude continuar por um década. A informação consta de artigo publicado nesta quinta-feira, no site do Wall Street Journal, após entrevista da diretoria na sede da empresa, na Alemanha.

“Embora adiantando poucas informações, o presidente e o chefe executivo reconheceram que os engenheiros introduziram um software que iria reduzir as emissões de óxidos de azoto em muitos dos motores diesel, depois de perceber que não havia nenhuma maneira legal para esses motores atenderem as rígidas normas de emissões norte-americanas "dentro da estrutura de tempo e de orçamento necessários”.

Os comentários do Presidente Hans Dieter Pötsch e do Chefe Executivo Matthias Müller, durante entrevista coletiva de duas horas, foram os mais extensos desde que o escândalo dos carros a diesel estourou, em setembro deste ano. A denúncia veio à tona nos Estados Unidos. Mas eles ainda deixaram de responder a perguntas fundamentais: quem na Volkswagen ordenou que o software fosse instalado nos motores, em que época no tempo, e quem escondeu isso por tanto tempo, pergunta o WSJ.

As raízes da decepção foram a "má conduta e as deficiências de cada funcionário," a falha nos processos internos para detectar tais fraudes, e "a mentalidade em algumas áreas da empresa que toleraram violações das regras", disse Pötsch, segundo o WSJ.

A Volkswagen suspendeu nove gestores suspeitos por estarem envolvidos na fraude, mas ainda não está claro se todos ou nenhum deles estava envolvido no delito. Um dos gerentes, Ulrich Hackenberg, veterano com 30 anos na Volkswagen e engenheiro sênior, renunciou na semana passada.

Na esteira da crise, a Volkswagen tem empreendido reformas estruturais e de gestão abrangentes. Algumas dessas mudanças demandavam uma longa preparação, mas foram aceleradas pela crise. A Volkswagen substituiu seis executivos desde o início do ano e mudou a liderança de sete das cerca de uma dúzia de marcas pertencentes à empresa.

A empresa está capacitando suas marcas e as organizações regionais para se tornarem mais autônomas na tomada de decisões em um esforço para remover da cidade de Wolfsburg, Alemanha, o gargalo criado pelo ex-CEO Martin Winterkorn, que ex-associados dizem ser conhecido pelo estilo de liderança autocrático. O Wall Street Journal diz que Winterkorn não estava disponível para comentar o assunto. Sr. Müller prometeu ficar de fora das decisões do dia-a-dia das marcas.

"Tão grave essa crise é, que ela também está nos oferecendo uma oportunidade para impulsionar a mudança estrutural muito necessária e vamos usar essa oportunidade", concluiu o Chefe-Executivo Matthias Müller.

Veja o artigo completo no Wall Street Journal.

Volkswagen Blames ‘Chain of Mistakes’ for Emissions Scandal

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