hackers roubo de dadosRelatório do Institute for Crisis Management (ICM) dos Estados Unidos, sobre as crises corporativas ocorridas em 2014 no mundo, divulgado neste mês, mostra que o vazamento de dados foi a categoria de crises que mais cresceu durante o ano.

Dados de marcas famosas da área de varejo dos Estados Unidos, como Target, Home Depot, Lowe’s, Michaels e Wallgreen impactaram milhões de clientes e forçaram bancos a converter cartões de débito e de crédito em cartões com a tecnologia mais segura do microchip. Nos EUA, os bancos resistiram muito a adotá-la.

Somente nos EUA, vazamento de dados cresceram 30% sobre 2013, admitindo-se que nenhuma organização está imune a um ataque desse tipo. No levantamento anual de todas as crises divulgadas pela mídia internacional, feito pelo ICM, o cibercrime que não aparecia com destaque nos anos anteriores, já representa 4% das crises mundiais.

Reação das empresas

O Relatório de Crises 2014 do ICM, analisa os cibercrime sob o ponto de vista das empresas que foram lesadas. Algumas companhias comunicaram efetivamente aos seus stakeholders, enquanto outras falharam “miseravelmente”, diz o Relatório.

Entretanto, omitir dos clientes eventuais invasões do sistema de dados, que expõem informações confidenciais, sobretudo dados bancários ou de cartões de crédito, constitui erro fatal. As que agiram assim, tiveram perdas significantes tanto na receita, quanto na lucratividade e na reputação. Sem falar nos custos adicionais que tiveram que assumir na área de TI para melhorar a segurança do sistema.

O ITRC – Identity Theft Resource Center, dos Estados Unidos, instituto que tem como missão adotar práticas e treinamento para evitar cibercrimes tanto para clientes, quanto para as empresas, registrou que mais de 42% do roubo de dados ocorreu na indústria da saúde.

A área de negócios representou 33% dos crimes, mas bateu o recorde de 79% de todos os roubos de dados. A área de governo e militar teve 11,7% dos casos de vazamento, enquanto a Educação teve 7,3% e a área financeira (bancos, cartões de crédito, financeiras) 5,5%.

O ICM informa ainda que de acordo com o Ponemon Institute, em 2014 a média paga por cada perda ou roubo de dados, contendo informações confidenciais, foi de US$ 145, com incremento de 9% em relação a 2013. O relatório do instituto nota que vazamentos de 10 mil dados ou menos não representam um megavazamento. Entretanto, usando estatísticas, um vazamento de aproximadamente 5 mil dados pode custar à empresa um prejuízo de US$ 725 mil. Em 2014, calculava-se as perdas com invasões de dados em US$ 675 milhões só nos Estados Unidos. No Brasil, a Febraban informou que os bancos investem cerca de R$ 2 bilhões anuais em segurança, principalmente as ocorridas online.

A Sony, vítima contumaz desse tipo de crime, acertou o pagamento de US$ 15 milhões em 2014, para indenizar vítimas da invasão sofrida em seus sistemas em 2011. E em outubro de 2014, a Sony teve novamente sistemas invadidos, após lançar o filme "A Entrevista", tendo como personagem o ditador da Coreia do Norte. A crise foi tão grave que a empresa pediu à imprensa e às redes sociais para não divulgar os dados, ameaçando até mesmo processar quem o fizesse.

Sites oficiais

Embora não tenha sido em 2014, é bom lembrar que os hackers não descansam e não relevam nem os órgãos oficiais. O governo americano, que vasculha com tanta indiscrição dados privados dos cidadãos do país e até do exterior, foram incapazes de evitar uma invasão ao site do IRS-Internal Revenue Service (a Receita Federal americana).  No último dia 26 de maio, o IRS informou que criminosos sofisticados roubaram informações sobre imposto de renda de 104 mil contribuintes americanos, por meio de um serviço online que permite aos contribuintes ordenar cópias de sua devolução do imposto.

O IRS acredita que os invasores provêm da Rússia e outros países e que acessaram as transcrições usando informações pessoais de pessoas que tinham dados cadastrados no IRS.  

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