O atentado contra a redação da revista satírica francesa Charlie Hebdo, que matou 12 pessoas, entre elas dois policiais e quatro cartunistas da revista, é mais uma bárbara agressão à liberdade de expressão. Os atiradores, pelo menos dois, conforme testemunhas, fortemente armados e conhecedores da rotina da revista, chamaram os cartunistas pelo nome durante a reunião de pauta e atiraram. O diretor de redação da revista, Charlie Hebdo, está entre os mortos. Pelo menos 11 pessoas foram feridas.
Segundo as autoridades francesas foi um ataque premeditado de pessoas que teriam gritado "vamos vingar o profeta", e "Deus é Grande", em árabe (Alahu Akbar) provavelmente em represália a charges publicadas pela revista sobre o profeta Maomé. Uma pessoa que sobreviveu e foi rendida pelos terroristas disse que eles tinham um sotaque francês perfeito, usavam máscaras e atiraram nos policiais na hora da fuga. A revista recentemente havia publicado uma charge de Maomé no Twitter.
O atentado está merecendo o repúdio e condenação dos principais líderes políticos do mundo e dos organismos internacionais de imprensa. Independentemente da orientação política e da linha editorial da revista, invadir uma redação com armas pesadas e atentar contra a vida de jornalistas e profissionais que estavam trabalhando é uma agressão a todo o mundo livre e aos jornalistas de todas as redações.
O governo francês reuniu o Comitê Interministerial de Crise, decretou alerta máximo no país contra o terrorismo, por já admitir que se tratou de um atentado terrorista. A revista vinha recebendo ameaças e tinha dois policiais, que foram mortos, fazendo o patrulhamento no local. Até agora nenhum grupo assumiu a autoria do atentado.
Nas redes sociais, a condenação ao atentado é unânime. Criou-se a hashtag no Twitter #JeSuisCharlie para homenagear os cartunistas mortos.
Sede da revista francesa Charlie Hebdo é atacada em Paris por terroristas e deixa 12 mortos
Charlie Hebdo: Gun attack on French magazine kills 12
Eu não sou 'Charlie Hebdo' - David Brooks