O colunista Janio de Freitas, da Folha de S. Paulo – que ninguém pode acusar de parcial ou de simpatias com este ou aquele governo ou partido - criticou, hoje (18), sem meias palavras a comunicação do governo Dilma Roussef, na coluna diária que mantém no jornal.
O jornalista aproveitou o artigo "Carapuças para brindar" para criticar o discurso da presidente da República e a própria a reunião pelos dez anos do chamado Conselho de Desenvolvimento. Ele não poupa inclusive os meios de comunicação, "que nunca superaram sua nostalgia dos tempos neoliberais - o que, por sinal, só permanece no Brasil".
Segundo Janio, a maioria dos presentes, conselheiros do desenvolvimento e do governo, são os "patronos da criticada difusão do "pessimismo" e da "informação que confunde a opinião pública", observadas no pronunciamento da anfitriã.
Janio foi direto e não poupou a comunicação do governo: “Não se pode criticar a ministra Helena Chagas porque não se tem idéia do que faz. Nem vale a pena ressaltar a inacreditável inexistência, já a meio do terceiro ano de governo, de uma política de comunicação da Presidência e, secundariamente, das extensões da administração.
“Jamais me constou, ao menos, uma iniciativa que desse sinal da ação esperável, em todo governo, da função tão necessária e às vezes até decisiva da comunicação. E o que fica por conta da marquetice dá, sempre, nas aparições provincianas e nos discursos ainda piores”.
“Como nos aniversários infantis, nos dez anos do chamado Conselhão houve farta distribuição de presentes. Carapuças. “
O jornalista também bombardeou a ideia completamente incompreensível, para não dizer absurda, de o governo exigir o número dos celulares dos beneficiários do Bolsa Família, como forma de minimizar crises decorrentes de boatos, como a que aconteceu há dois meses, envolvendo o pagamento aos beneficiários e a Caixa Econômica Federal. Como se celular fosse objeto de consumo usual dos detentores do Bolsa Família. Mais ou menos como dar o endereço, algo que alguns também têm dificuldade de informar, por residirem em lugares ermos, desprovidos de qualquer tipo de indicação.
Diz Jânio de Freitas. “Celulares são um serviço privado e lucrativo. A menos que estivesse a soldo das empresas de telefonia, a exigência de que inscritos no Bolsa Família tenham celulares, para fornecer o número ao governo, é uma das ideias mais desatinadas já surgidas entre os nossos desatinos anedóticos".
"Nem se precisa considerar a desintelingência de exigir celular de quem recebe o Bolsa Família para sobreviver..."
Leia a íntegra do artigo Carapuças para brindar.