A chegada de um novo ano é sempre expectativa de mudanças, de um mundo melhor. Sob todos os aspectos, o ano que passou para muitas pessoas foi um período para não esquecer. Principalmente para a pobre população do Haiti, vítima da maior tragédia natural de sua história. No Brasil, moradores das encostas de Angra dos Reis, Niteroi, de cidades de Alagoas, Pernambuco, Minas Gerais e Espírito Santo também sofreram desastres que marcaram para sempre suas vidas.
Os pescadores e habitantes dos estados americanos, nas costas do Golfo do México, não se esquecerão de 2010. Foram vítimas da maior tragédia ecológica da indústria do petróleo em todos os tempos. Já o Chile, que enfrentou um terremoto no primeiro semestre, encerrou o ano com saldo positivo, ao resgatar 33 mineiros de 700 metros de profundidade, em operação cinematográfica. Como se vê, catástrofes naturais e as decorrentes de erros humanos, má administração, incompetência e ganância transformaram as esperanças do início do ano passado em tristes lembranças.
Mas o Brasil, principalmente, também tem muito a comemorar. Não há como deixar de registrar como positivo o fato de grande parte da população mais necessitada ter saído da linha da pobreza para patamares mais dignos. O fato de ter diminuído o índice de desemprego e algumas cidades, com Porto Alegre, terem atingido o pleno emprego, é realmente uma excelente notícia para um país que conviveu anos com índices muito altos de desemprego
Temos pretensões de nos tornar um país grande, desenvolvido, com cara de primeiro mundo. Mas quem percorre nossas cidades percebe que ainda falta muito para atingirmos esse estágio. Nos discursos oficiais, o país avançou como nunca na sua história. Na prática, os avanços ainda são tímidos, quando não maquiados com muito marketing e poucos resultados. Basta lembrar algumas áreas, como transporte, educação, saúde e segurança.
De qualquer modo, para os brasileiros o cenário de 2011 é bastante animador. Não fosse a corrupção endêmica, que teima em puxar o país para trás, a elevada carga tributária, sem a contrapartida que os contribuintes esperam e a burocracia, que emperra a economia e os pequenos empresários, poderíamos até apostar que os próximos anos colocariam o Brasil como forte concorrente das economias chamadas desenvolvidas. Depende só de nós. E de os governos e seus tentáculos não atrapalharem.