A pergunta que todo mundo faz no caso da Dow Jones, que controla e edita o The Wall Street Journal, o mais prestigiado jornal de economia do mundo, com circulação de 1,6 milhão de exemplares por dia, é até que ponto a linha editorial do jornal será independente, já que estará na mão de empresário que tem grandes interesses econômicos, muitas vezes antagônicos à linha editorial dos grandes jornais considerados independentes. No caso de Murdoch ele comanda, entre outros, o New York Post, os jornais britânicos The Sun e The Times, além do estúdio de cinema 20th Century Fox . O empresário prometeu não interferir na linha editorial do jornal econômico. Mas não é o que aconteceu com outras publicações. Os jornalistas independentes temem que ele utilize seu poder de fogo para apoiar governos e políticos em benefício de seus negócios.
Diante do temor da família Bancroft, dona do Wall Street há quase um século, de que o empresário influenciasse em questões editoriais e desse um tom sensacionalista ao jornal, Murdoch aceitou assinar um acordo com a família para preservar alguns princípios editoriais do The Wall Street. Mas até isso os jornalistas do grupo duvidam.
A expectativa do mercado, agora, é como será o comportamento de Murdoch diante do novo desafio. Especula-se que ele deve-se concentrar nos leitores e anunciantes do NYT e do Financial Times. Apetite, dizem os analistas, é o que não lhe falta, o que justifica o império que construiu desde 1964, quando fundou o Australian em seu país de origem.