Segundo a maioria dos especialistas, existem dois tipos de empresas. As que já tiveram crises graves. E as que vão ter. Assim, praticamente todas as empresas, independentemente do ramo de negócio, irão um dia experimentar um episódio embaraçoso de comunicação.
O Blog Praecere Interactive, que presta consultoria em relações públicas e mídias sociais, em Washington, divulgou recentemente um post, enfatizando cinco sinais ou ameaças que podem representar uma experiência de crise de comunicação para sua empresa. Aqui vão os cinco sinais que podem nortear seu caminho em direção à crise:
- Você não tem um plano de crise de comunicação. Não há cadeia de comando, nenhuma idéia de quem está no comando, nenhuma idéia de onde estão os pontos fracos da comunicação. Isso lhe parece familiar? Perguntam os editores do site. Então você provavelmente não tenha tido tempo para construir um plano de crise de comunicação. Evitar armadilhas no campo das relações públicas requer comunicação tempestiva e transparente - você não pode simplesmente improvisar ou chutar uma resposta.
Esse conselho vale tanto para pequenas empresas quanto para grandes corporações. Algumas sequer mantêm uma assessoria de imprensa. Quando a crise chega, como aconteceu com a Chevron e o parque Hopi Hari, recentemente, no Brasil, saem correndo em busca de uma agência de comunicação que possa ajudá-las a se comunicar melhor durante a crise que enfrentaram, como o vazamento no Campo do Frade, no Rio de Janeiro, e o acidente no parque, em S. Paulo.
- Você não pode executar uma plano de simulação de incêndio com se fosse o plano de crise. Você acaba criando uma crise. A única maneira de certificar-se de que as ações previstas no documento vão funcionar bem é colocar em prática uma crise simulada. Isto permitirá preencher as eventuais lacunas ou brechas com tempo. Você não terá tempo para fazer isso quando os repórteres estiverem perseguindo você.
Simulação de crise implica prever o pior cenário e treinar exatamente o que você faria diante desse quadro. Se um item apenas estiver frágil, é possível que, em caso de crise grave, você escorregue exatamente nesse item. Veja o que aconteceu com os governos estaduais que não se prepararam para a greve de policiais e bombeiros, recentemente. Ou para o Ministério da Educação, que não sabe o que fazer com a greve das universidades federais. Caos total. Mas não esqueça o que dizem os especialistas: crise é crise, simulações são apenas simulações.
- Você está ignorando o feedback do consumidor. As mídias sociais, para melhor ou pior, têm ajudado a reduzir os custos de como tratar essa explosão de opiniões negativas, emanadas das redes sociais, sobre as empresas. Queixar-se sobre como isso deveria ser tratado não levará a lugar nenhum. Monitore todas as comunicações relevantes de mídia social para fazer uma triagem dos interlocutores que importam e como responder a eles de forma eficaz.
A forma como as empresas estão tratando as mídias sociais ainda vai render muitos artigos e alertas catastróficos. Embora haja uma preocupação cada vez maior com essa nova mídia, o certo é que ainda hoje muita gente graúda está apanhando com o crescimento e importância das mídias sociais. Se você está preocupado, porque o concorrente já entrou e monitora as mídias, o melhor é contratar uma consultoria especializada. Como no passado, com sua página na internet, não tente improvisar. Você pode se dar mal.
- A empresa não destinou um orçamento para ações de relações públicas (comunicação). Uma coluna recente do magnata Mark Cuban criticou o pessoal das relações públicas, argumentando que para iniciantes é um desperdício de dinheiro. Temos de lidar com a realidade de mídia tradicional e social, o que significa levar a comunicação a sério como uma função vital do negócio. Essa área não pode ser ignorada no orçamento da organização.
Certifique-se de dedicar uma certa percentagem dos lucros para as suas necessidades de divulgação na mídia. Um parâmetro seguido por grandes corporações no mundo é destinar 3% do faturamento a ações de marketing, o que inclui mídia espontânea, ações de promoções e publicidade. Claro, isso depende do tipo de negócio e do mercado. Se você se digladia num mercado de feroz concorrência, certamente irá engordar o orçamento. Muitas empresas aprovam um lauto orçamento de publicidade e esquecem as ações de RP. Um erro do ponto de vista estratégico.
- Você vive em estado de negação. Como afirmado no início deste post, uma crise de comunicação atinge todo tipo de organização - campanhas políticas, as 100 maiores empresas da Fortune, organizações sem fins lucrativos, alianças globais, e tudo mais. Dada a facilidade e rapidez com que os comentários negativos podem aparecer online, o cor business de sua empresa é valioso demais para arriscar a pensar que crises não vão acontecer com você.
Negar a possibilidade de uma crise é um dos grandes problemas apontados por especialistas, quando explicam por que as corporações não estão preparadas para as crises. Elas não acreditam que vai acontecer com elas. É o famoso complexo de avestruz. Vale aqui repetir o que foi dito início do post: você não teve ainda uma crise grave. Não relaxe. Seu dia pode estar chegando.