comunicacao_boa_fotoO Gerenciamento de Crises é a segunda atividade “mais presente” e “mais valorizada” nas atividades dos gestores de comunicação das empresas estrangeiras, radicadas no Brasil, segundo pesquisa Mapa da Comunicação Brasileira 2011, feita pelo Instituto FSB Pesquisa. Superou Comunicação interna, propaganda e redes sociais.

Entre os gestores de órgãos públicos, Gerenciamento de Crises ficou em terceiro lugar na preferência, como atividade "mais presente" no trabalho da Comunicação, atrás de assessoria de imprensa e sites e blogs. No segmento das empresas brasileiras é a segunda atividade “mais valorizada” internamente e nas empresas estrangeiras as crises figuram como terceira opção entre as atividades "mais prioritárias" e segunda no segmento "mais valorizadas internamente". 

O Mapa da Comunicação contempla as 1.000 maiores empresas brasileiras, segundo o ranking do Valor Econômico (2010) e os 100 principais órgãos públicos. Foram 38 horas de conversas com 30 gestores de comunicação pública; 40 de comunicação em empresas brasileiras e 30 gestores de comunicação de empresas estrangeiras em operação no país.

A pesquisa perguntou aos gestores de comunicação qual o papel ideal da comunicação? No setor público, a Comunicação deve promover o diálogo com a sociedade, com os cidadãos. Para os gestores da Comunicação Pública, "a Comunicação é estratégica e fundamental para a transparência do órgão”. Tanto nas empresas brasileiras quanto nas estrangeiras, a Comunicação se confunde com as estratégias das corporações.  

As empresas estrangeiras consideram que o papel principal é o próprio negócio e vice-versa. Mas a transparência também aparece como um valor importante para a organização. 

Os desafios da comunicação

Entre os grandes desafios da área de comunicação, os gestores destacam: posicionamento, transparência e interatividade, principalmente pelas Redes Sociais. A pesquisa mostra como estão cada vez mais tênues as linhas que separam a Assessoria de Imprensa, as Relações Públicas, o Gerenciamento de Crises, a Comunicação Interna e o Marketing. Todos se juntam numa área bastante abrangente, que assumiu de vez papel estratégico para as empresas. 

Além das três variáveis escolhidas, a pesquisa também constatou que diálogo/transparência, comunicação interna e integração das áreas são desafios a serem vencidos, principalmente entre os respondentes das empresas brasileiras. Elas também elegem o papel de construir imagem e reputação como um dos grandes desafios.. A transparência também aparece como valor nesse segmento. Nas empresas estrangeiras, “o grande desafio é usar – e usar bem – as Redes Sociais”.

Segundo o estudo, “as empresas querem seguir a recomendação dos especialistas de que não basta entrar nas Redes Sociais. É preciso estar ali de forma inteligente, diferenciada e sustentável”.

Áreas prioritárias

A pesquisa também mapeou as prioridades na atividade dos comunicadores. São três perguntas diferentes feitas na pesquisa: atividades mais presentes no dia-a-dia da Comunicação; áreas prioritárias nessa atividade; e quais as áreas mais valorizadas.

Surgiram informações interessantes que desmistificam bastante os focos da área de comunicação e até mesmo as prioridades orçamentárias das empresas. Nos três grupos pesquisados, entre as atividades mais presentes: Assessoria de Imprensa (97%), Sites e Blogs (93%); Gerenciamento de Crises e Comunicação Interna (90%); Redes Sociais (87%), Propaganda (77%) e eventos e feiras (60%).

Um dado que chama a atenção. Nos órgãos públicos e nas empresas estrangeiras a atividade que sobressai é assessoria de imprensa (97% e 93%, respectivamente), mas nas empresas brasileiras a escolha recai sobre sites e blogs e para eventos e feiras (95%), à frente da assessoria de imprensa. É um campo novo que começa a estar presente no dia-a-dia dos gestores. Pela primeira vez aparece gerenciamento de crises disputando a atenção das empresas, com índices que variam de 90% nas empresas brasileiras, 87% nas estrangeiras e 83% nas empresas públicas. 

Há bem pouco tempo, o gerenciamento de crises era uma competência muito rara no dia-a-dia da Comunicação. Em relação à pesquisa de 2009, a importância de gerenciar crises cresceu 15%.

Quando a pesquisa questiona as atividades prioritárias, assessoria de imprensa dispara na frente com 83% (área pública), 56% (empresas brasileiras) e 50% (estrangeiras). A comunicação interna é a segunda preocupação, com 27%, 36% e 44%, na mesma ordem. Mas enquanto a área pública e as empresas brasileiras têm como terceira preocupação as redes sociais (20% e 29%), entre as estrangeiras a atenção é para gerenciamento de crises e feiras e eventos (27%).

Do mesmo modo, quando a pesquisa perguntou pelas atividades mais valorizadas, despontou a assessoria de imprensa tanto no setor público (89%) quanto das empresas brasileiras (42%). Entre as estrangeiras, foi escolhida como atividade valorizada a comunicação interna (56%), seguida do gerenciamento de crises (43%). Nesse segmento, a assessoria de imprensa tem 39% de atenção, atrás de sites e blogs (40%).

Fontes de informação

O Mapa da Comunicação também procurou saber quais as duas principais fontes de informação dos entrevistados. A totalidade dos respondentes colocou o jornal como primeira fonte e 49% como segunda fonte. Entre os gestores de comunicação das empresas, entretanto, a internet já ultrapassa os jornais como primeira fonte de informação. Seguem-se as revistas e os telejornais. Só depois vem o rádio.

De modo agregado, ao responderem à pergunta “Qual a sua principal fonte informação e a segunda? Para quatro principais veículos de mídia impressa citados, 26% responderam Valor Econômico; 22% Folha de S. Paulo, 18% O Estado de S.Paulo e 13% O Globo.

Dentre os gestores de comunicação das empresas públicas, os jornais mais lidos são Folha de S. Paulo (39%), O Estado de S. Paulo e O Globo (22%). Nas empresas brasileiras também desponta a Folha (23%), seguida do Valor Econômico (23%) e de O Estado de S. Paulo (10%). Mas entre os gestores de empresas estrangeiras a primeira preferência é pelo Valor Econômico (50%), seguido de O Estado de S. Paulo (28%) e O Globo (11%).

Alguns destaques da pesquisa

As Redes Sociais também entraram na pauta dos gestores da Comunicação. "O alinhamento de informações, valores e discursos é hoje uma das principais preocupações dos gestores para reduzir ruídos". Elas passaram a ser o principal desafio no cotidiano dos profissionais.

"A Comunicação clama por integração entre as áreas. Comunicação Interna, Gerenciamento de Crises e Eventos e Feiras foram segmentos que cresceram de maneira significativa nos últimos dois anos nos órgãos públicos e nas empresas".

O choro é livre. Mas o orçamento tem a pior avaliação entre os órgãos públicos e as empresas brasileiras. Nas estrangeiras, diz o estudo, a queixa é o tamanho da equipe, muito pequeno. O que eles não abrem mão é de profissionais experientes. É o item mais bem avaliado nos órgãos públicos e empresas. Menos mal.

Em outro post abordaremos como a Pesquisa Mapa da Comunicação Brasileira analisou a Comunicação Interna das organizações.

FSB lança Mapa da Comunicação Brasileira 2011

Redes Sociais

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