O atentado ocorrido em 15 de abril, na Universidade Virgina Tech, nos Estados Unidos, mostra como situações de emergência podem pegar até mesmo universidades, com milhares de alunos, desprevenidas para comunicar e agir rapidamente diante de fatos trágicos e anormais dentro do campus. Ainda não se tem a história completa do que aconteceu, mas as primeiras informações dão conta de uma série de erros, omissões e falta de comunicação, que numa situação de crise deveriam estar previstas para evitar pelo menos a extensão da tragédia.
A forma como se deu o atentado não é nova. Vários ataques semelhantes já ocorreram em condições parecidas, mas parece que as escolas americanas ainda não aprenderam como evitá-los. Isto prova que nem o país mais policiado do mundo, atualmente, com a síndrome dos permanentes ataques terroristas, está preparado para tragédias cometidas por uma única pessoa, sem qualquer vínculo aparente com células terroristas, como gosta de insinuar o governo americano.
Como agora, passado o estupor e a surpresa, ficamos sabendo, o criminoso, aluno da universidade, tem um passado bastante complicado de distúrbios mentais, que tinham sido detectados por uma professora e avisados às autoridades. Ele planejou o crime com mínimos detalhes, chegando ao requinte de enviar a uma TV vídeos, gravações e fotos de seu protesto, remetidos após as primeiras mortes. Nenhuma câmera da universidade detectou esse estranho aluno entrando no primeiro prédio e matando dois estudantes? Ninguém registrou sua saída e, depois, sua arremetida para outro prédio, distante quase um km do primeiro? Não existia um sistema de alarme na Universidade, no caso de um ataque terrorista, incêndio, invasão ou qualquer outra emergência? Enfim, são perguntas que com o tempo poderão ou não ser respondidas.
Os Estados Unidos, que são tão rápidos e eficientes em mandar os estrangeiros tirar os sapatos, abrir as bagagens e expurgar líquidos nos aeroportos, com medo de ataques terroristas, são lentos e atrapalhados quando se trata de proteger suas próprias crianças e estudantes. O caso será amplamente debatido, certamente nos próximos dias. Dele deve-se tirar lições de crise que, por mais que se estude, acabam nos surpreendendo. Na era da internet e da comunicação on-line, o e-mail não foi capaz de proteger e alertar um campus universitário que vive estudando e sugerindo como resolver os problemas do mundo.