IvecoO 12º Congresso Brasileiro de Comunicação Corporativa, que terminou dia 29 de maio, em S.Paulo, realizado pela Mega Brasil Comunicação, destacou as redes sociais (blogs, orkut, twitter, myspace, facebook, etc.) e os cuidados com a marca e a reputação como o grande desafio dos comunicadores.

As redes sociais, a grande vedete do Congresso, moldam o profissional de comunicação diante de uma nova realidade na relação com o mercado. Elas vieram para ficar e, além da profunda alteração na forma de as empresas interagir com seus stakeholders, causam até um certo temor no ambiente de quem faz comunicação empresarial. Como aconteceu com a internet, há alguns anos.

Durante três dias, em mais de 24 palestras temáticas, quatro conferências internacionais e três conferências nacionais, cerca de 600 profissionais de comunicação de todo o Brasil puderam se atualizar sobre os caminhos da comunicação corporativa, num dos maiores eventos de comunicação da América Latina.

Entre os destaques, a batalha entre novas mídias e a mídia tradicional, sustentabilidade, o papel da comunicação, não apenas na crise atual, mas nas crises empresariais, o controle a preservação das marcas, o grande debate sobre a web, principalmente sobre os novos instrumentos postos à disposição dos comunicadores. As empresas realmente não têm mais controle absoluto de tudo o que se fala sobre a organização. A intermediação, que no passado era feita pela imprensa, tem agora muitas vozes. O funil por onde entram as informações, que era controlado no passado, hoje tem muitos vasos comunicantes. Qualquer pessoa com um blog pode ser um multiplicador de informação. Além disso, os jornalistas perderam o poder da edição, assumido hoje por inúmeros interlocutores que se fazem presente na web.

Você está a um clique de qualquer coisa

Esse foi um dos motes das palestras sobre tecnologia da informação, que mexeram com os participantes do Congresso. Assim também com os consumidores, clientes e a sociedade, não importa se no bairro rico ou na favela. Eles estão a um clique de detonar ou promover a imagem da organização. Aumentou o poder do cliente e, com isso, as empresas não podem mais dormir no ponto, porque a marca e a imagem da organização vão para o espaço em poucos segundos. A internet se transformou no principal meio de informação no Brasil, superando até a televisão.  Ao contrário do que ainda acontece nos EUA, Japão e Inglaterra. Com isso, quem está fora da rede ou não dá importância à web, está fora do mercado.

Reputação em perigo

A comunicação está perdendo o espaço de liderança e de controle sobre a empresa. Existem outras forças na mídia que acabam conduzindo a organização. Isso  vale não apenas em casos de crise, mas em qualquer situação. A empresa precisa dar explicações consistentes até mesmo quando tira um produto do mercado. Isso não é mais uma decisão unilateral. As organizações, ao contrário do passado, já não estão sozinhas no mercado. Há inúmeras forças que as conduzem.

Empregados e ex-empregados se sobressaem como um público estratégico e importante, no momento em que cada um pode causar um estrago na empresa, ao utilizar maliciosamente ferramentas modernas de divulgação. A marca é um ativo que não pode ser atingido pela crise. Deve-se lembrar que segredos também não existem. Ou, se existem, correm o risco de serem revelados. Empregados motivados também são decisivos para aderir aos propósitos da organização e contribuir para reverter resultados em época de crise.

Os executivos estão ainda meio nocauteados pela crise. Pelo menos 70% ainda não têm um plano B para o caso de demissão. Por isso, a confiança nos CEOs caiu entre 2008 e 2009, de 36% para 29%. No Brasil, de 51% para 39%. Mas a confiança nos porta-vozes e na área de comunicação também caiu de 38% para 26%. Nem a propaganda se salvou. Existe, portanto, no mercado uma crise de confiança nas organizações.

A sustentabilidade deixou de ser modismo. Incorporou-se às áreas estratégicas da empresa e hoje reforçam a marca e minimizam os efeitos de atividades de negócio que, na origem, são agressivas à natureza ou às pessoas.

Ficou evidente no Congresso que a tecnologia é extremamente importante, mas só o comunicador é agente de mudança.  Além disso, a palavra assessor foi substituída por estrategista.

Em resumo, os comunicadores que passaram três dias no Congresso de Comunicação saíram atualizados, mas tremendamente preocupados com o futuro. As organizações precisam se renovar. Não podemos perder de vista que o fato de hoje figurar na lista das maiores empresas da Revista Fortune ou das Melhores e Maiores da Exame não significa um passaporte para o futuro.

Maiores informações sobre o Congresso de Comunicação podem ser encontradas em Mega Brasil Comunicação, no Blog Mega Brasil ou no Jornal da Comunicação.

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