Pesquisa encomendada pelo Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) aponta que 34% dos universitários da região metropolitana de São Paulo não lêem com freqüência, 18% não gostam de ler e 16% lêem apenas de vez em quando.
Pesquisa semelhante, feita no Rio, ano passado, apontou que 15% dos universitários nunca leram um livro não didático, 12% leram apenas um e 36% leram entre um e três livros. Isso leva à conclusão de que 63% dos universitários têm pouco ou nenhum contato com a leitura. Apenas 9% têm hábito de ler jornais diários.
Do lado da Internet também existe um tremendo abismo. Dados do PNAD 2005, informam que 74,3% dos alunos do ensino fundamental em escolas privadas utilizaram a Internet, enquanto apenas 17,2% dos alunos das escolas públicas do mesmo nível têm acesso à rede mundial. No ensino médio a diferença é de 83,6% para as escolas privadas e 37,3% para escolas públicas.
Em pesquisa aleatória feita aqui na página a maioria das respostas aponta que a principal causa para o baixo índice de leitura do brasileiro é a falta de incentivo nas escolas (36%), seguido do preço dos livros (27%) e da sedução da TV e outras mídias (24%).
Segundo especialistas, o hábito da leitura deve ser inculcado desde a infância e, nesse caso, o comportamento dos pais é fundamental. Em residências em que os pais lêem e têm hábito de comprar livros, o interesse dos estudantes é bem maior. Mesmo assim, independente da renda, onde as crianças possam ter acesso a livros, por meio de bibliotecas, a tendência é o crescimento do hábito da leitura.
Entretanto, os apelos para a não leitura são muitos e certamente a internet desponta como o principal vilão. É um paradoxo, enquanto a rede mundial permite uma abertura para o mundo do conhecimento, por outro induz a uma preguiça intelectual por parte da juventude.
O trabalho que deve ser feito é estimular o acesso aos livros por meio de eventos que despertem o interesse do jovem pela literatura. Nos colégios e universidades certamente o professor é o grande estimulador, sugerindo, motivando e cobrando leituras periódicas dos alunos com discussões em grupo, resenhas, comentários e filmes que estimulem a troca de opiniões sobre livros, artigos, jornais, revistas.