A velocidade das mudanças no mundo digital em que vivemos é muito mais rápida do que imaginamos. Que diferença faz dois anos? A resposta pode estar no artigo de Brent Lang, publicado no site The Wrap Covering Hollywood. Lang repercute palestra realizada por Bruce Friend, presidente da Ipsos OTX Media CT, em 20/09, nos EUA, na The Wrap’s Grill Conference.
“Mudou mais o consumo da mídia nos últimos dois anos do que nos últimos 30 anos que os precederam”, diz Bruce Friend. Citando um novo estudo da Ipsos OTX realizado com 7 mil consumidores <em>on line</em>, de idades entre 13 e 74 anos, Friend demonstrou que, graças aos smartfones e laptops, as pessoas estão agora gastando a metade de tempo, em que ficam acordadas, interagindo com a mídia. Nos últimos dois anos, o consumo de meios eletrônicos aumentou uma hora por dia. Ou seja, hoje a geração digital ocupa mais tempo nas parafernálias eletrônicas do que gasta trabalhando ou dormindo. Impressionante.
“Comunicação é agora entretenimento e entretenimento é comunicação”, disse Friend ao abrir o evento. “A velocidade com que as coisas podem ser entregues graças à banda larga, e os caminhos pelos quais podem ser entregues, como DVR (gravação de vídeo) e VOD (vídeo on demand), significa que a velocidade das mudanças tem avançado num caminho sem precedentes”.
Segundo o especialista, “este consumo intensivo somente continua a se intensificar à medida que os aparelhos de segunda-geração tornam-se mais onipresentes”. De acordo com o estudo, 24% das pessoas possuem agora um smartphone conectado à web, enquanto os usuários de celulares comuns decresceram de 81% para 65% desde 2009.
Para Friend, isto se tornou crítico, porque os usuários de smartfones gastam 30 minutos mais por dia interagindo com mídias, se comparados com os não-usuários de smartfones.
Brent Lang, autor do artigo, chama a atenção para onde vai a TV no futuro. “Esta migração para aparelhos portáteis com conexão web pode ter consequências a longo prazo para a indústria da TV, diz o estudo. A audiência televisiva está crescentemente ocorrendo via internet, particularmente no horário nobre. Perto de um terço do usuários do horário nobre de TV/online, agora preferem online”.
“A grande notícia para a TV é que ela não está morrendo, nem o consumo está declinando, mas os caminhos pelos quais as pessoas estão consumindo é que estão mudando,” segundo o palestrante.
O autor ressalta que, realmente, as barreiras entre a TV tradicional, DVR e video em demanda estão desaparecendo rapidamente. Assistir TV ao vivo ainda responde por 78% do total de horas dos telespectadores, mas quase um quarto dos espectadores de TV prefere um misto de DVR, VOD e vídeo online – um incremento de 49% ano a ano.
Outros dados interessantes do estudo apresentado. “Além do crescimento dominante dos smartfones e laptops, a ascensão dos sites de redes sociais está contribuindo para o enorme apetite da mídia. 56% das pessoas incluídas no estudo visitam Facebook e/ou MySpace diariamente e gastam quase 30 minutos jogando games, criando e compartilhando conteúdos”.
“Estas mudanças valorizam o bom conteúdo, porque conteúdo é a mídia agora”, disse Friend. “Conteúdo é a própria plataforma da mídia, e em lugar de se preocupar sobre a grade de programação, as empresas fariam melhor acrescentando publicidade ao conteúdo, o que poderia indicar um caminho significativo”.
A chegada do iPad
Como fica essa demanda com a chegada dos e-books e do iPad? Segundo o artigo, “Uma coisa não levada completamente em conta foi a ascensão dos tablets – o iPad da Apple foi somente considerado por poucas semanas na época do estudo. À medida que esses apetrechos tornem-se mais populares e competitivos para oferecer seus novos produtos, Friend concorda que os tablets poderiam dramaticamente alterar o consumo da mídia".
“Tablets baseados em conexões online potencialmente vão ter um profundo impacto nesse ecossistema. Isso dependerá da velocidade da adoção”, disse o apresentador.
Acesse os gráficos apresentados na Conferência por Bruce Friend.
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