rogerioceniumA insinuação da jornalista Milly Lacombe, do SportTV, no Programa Arena SportTV , que foi ao ar no Canal SportTV (Rede Globo), em 03/08/06, de que o goleiro Rogério Ceni havia forjado uma assinatura, para enganar o São Paulo, numa suposta proposta do Arsenal, ao invés de constranger o goleiro, colocou a jornalista no corner. O titular do São Paulo não gostou da insinuação, ligou para o programa e exigiu direito de resposta,prontamente aceito pelo âncora Cleber Leite.

O que se assistiu daí em diante (Veja no You Tube) foi um Rogério Ceni irritado, reagindo contra a irresponsabilidade da jornalista que gratuitamente citou o caso, afirmando que ele havia falsificado o documento. O goleiro, ao telefone, não deu chance à jornalista. Reagiu e atacou e disse que ela teria que provar a afirmação feita no ar sobre a suposta falsificação.

O que se tira do episódio, imperdível para quem gosta de comunicação e de discutir as relações das fontes com os jornalistas, é que nesses casos a reação tem que ser assim mesmo: rápida, objetiva e inapelável. Quando a fonte tem razão, ela não pode deixar passar, até para ser exemplar em outros casos em que a mídia de maneira irresponsável faz insinuações com acusações não provadas. Se o fato existiu e foi verdadeiro, cabe agora à jornalista provar. Se não existiu, Rogério Ceni certamente não vai deixar passar. Como o goleiro mesmo disse, o que está em jogo no episódio é sua honra. Argumentou: pode-se questionar sua atuação, pode-se não gostar dele, mas não admite qualquer insiñuação sobre sua honra.

Durante a intervenção de Rogério, a jornalista não teve chance de dizer absolutamente nada, porque ele não deixou. Não admitiu qualquer explicação. Até porque, disse, ela já tinha se manifestado no programa, para milhares de pessoas, sem consultá-lo. Ele tem razão. Foi uma reação na hora, que mostra a importância de estar atento a matérias, entrevistas em que o nome da pessoa ou da empresa podem ser comprometidos. A pronta intervenção do goleiro não apenas deixou a jornalista sem fala, como desconsertou o âncora e os demais presentes ao programa, entre eles um nome sagrado do jornalismo: Armando Nogueira. Que não disse uma palavra. Ficou calado, porque certamente não havia concordado com as bobagens que a jornalista havia dito.

Em momentos de crise, mesmo numa mídia difícil de responder como a TV, é possível reagir à altura e chamar o jornalista à responsabilidade. Não importa aqui quem tem razão. O tempo dirá. Mas que a reação foi uma aula de como se comportar quando uma fonte é atacada, isso foi. (JJF)

Artigo publicado no site www.jforni.jor.br em agosto de 2006.

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