Wahington_Post_extraMais de 65 milhões de pessoas assistiram ao desenlace da eleição americana, nos principais canais de TV aberta e a cabo nos Estados Unidos. A ABC News  teve 13 milhões de telespectadores na noite da eleição, com uma equipe que comandou a transmissão a partir da Times Square, em Nova York. CNN e NBC tiveram 12 milhões de telespectadores. A CNN dobrou a audiência em comparação à eleição de 2004. Tratando-se de uma TV a cabo, o número é excepcional. A Fox News atingiu 9 milhões de espectadores e a CBS 7,8 milhões.

A mídia impressa também fez a festa com a eleição de Obama. O Chicago Tribune e o The New York Times tiveram que aumentar as tiragens em 410 mil e 225  mil exemplares, respectivamente, enquanto o The Washington Post, que havia aumentado e tiragem em 350 mil cópias, esgotou uma edição comemorativa com 250 mil exemplares em poucas horas.  O Chicago Tribune já havia aumentado a tiragem em 50% durante a noite. O NYT até brincou, ao divulgar a notícia no seu site, informando que as pessoas procuraram jornais pela manhã e não os encontraram. O Daily News aumentou a tiragem em 100 mil exemplares. A tiragem do NYT e do New York Post esgotou-se nas bancas nas primeiras horas da manhã. A maioria dos jornais das grandes cidades americanas aumentou a tiragem em pelo menos 50 mil exemplares.

O Atlanta Journal Constitution precisou mudar o local de venda do jornal, depois que uma multidão tentou invadir o prédio do periódico. O diretor de redação do The Detroit News, que aumentou a tiragem em 30 mil exemplares, disse que “nunca havia visto isso”, nada parecido, diante da loucura dos leitores para adquirir o jornal diário. Há depoimentos de pessoas que andaram 15 quilômetros e não conseguiram encontrar exemplares à venda. Tudo esgotado.

A maioria dos jornais tiveram que tirar cópias adicionais para atender à demanda do público que, além de saber as notícias, queria, na verdade, levar “um souvenir”, guardar exemplares desse dia histórico de eleição do primeiro negro como presidente do País. Com os jornais esgotados, alguns pais queriam a edição para os filhos e netos: “Eu quero uma cópia para meus netos, para mostrar a eles este grande momento de mudança do país”, dizia um pai com três jornais na bolsa.  “No Times, No Post, No News”... era a voz corrente nas bancas.

A eleição de Obama produziu uma procura por jornais nunca vista nos últimos anos nos Estados Unidos. De jornais pequenos e grandes matutinos, os jornais acostumados a anos de declínio nas vendas aumentaram as tiragens e produziram edições extras aos milhares. A demanda continua um dia depois da eleição.

Segundo os editores, estes jornais não são para serem consumidos ou jogados fora. Oh, não, este não é para jogar fora, disse um leitor do Bronx, que esperou uma hora na fila para comprar um exemplar do NYT. Este vai direto para um saco plástico. Este é um negro que se tornou presidente. Isto é história, para mostrar para meus netos um dia.

Além de virarem pano de fundo para fotos com os leitores, os jornais se transformaram numa commodity. Cópias dos jornais de quarta-feira foram vendidas em sites de comércio por até 200 dólares.

Enquanto isso, há uma disputa entre revistas semanais e de moda para fazer uma capa com a futura primeira-dama, Michele Obama, que evitou aparecer durante a campanha. A Obamamania parece ter chegado também à família. O blog especializado em mídia Poynter Online, do jornalista Jim Romenesko, fez uma seção especial sobre a repercussão da eleição na mídia. O NYT também acompanhou o desespero dos americanos atrás dos jornais diários, que foram disputados por colecionadores e pessoas comuns. Uma jornalista em Nova York, disse a um vendedor de jornais, enquanto sacava para comprar o último exemplar do NYT: “Você sabe o que está vendendo? Você está vendendo história”.

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