O Brasil em estado de crise
Se um habitante de outro planeta pousasse no Brasil nas últimas semanas, dificilmente ele permaneceria por aqui. O Brasil tem assistido em menos de um mês eventos de extrema gravidade que se enquadram naquilo que o filósofo e sociólogo Zygmunt Bauman chamou de “estado de crise”. Se não, vejamos. O Brasil amanheceu neste 6 de agosto na antessala de uma grave crise econômica: o tarifaço de Trump. Uma decisão controversa, que nos Estados Unidos teve um objetivo econômico, mas no Brasil tomou o rumo de uma crise política. Sem entrar no mérito das bizarras alegações do presidente americano, na famosa “carta”, enviada ao governo brasileiro, o fato é que os Estados Unidos fixaram uma taxa de 50% para grande parte dos produtos exportados pelo Brasil para aquele país. Sem espaço para a negociação, o Brasil tenta buscar alternativas para minimizar os efeitos da decisão para a economia brasileira.
Leia mais...Apesar de tanto se falar em gestão de crises, o Brasil continua sendo um excelente laboratório para quem quer aprender como não agir numa crise. Tanto no governo, quanto na iniciativa privada. O caso Palocci, que há mais de 15 dias desafia os jornalistas investigativos, incomoda o Palácio do Planalto e alimenta a voracidade do PMDB, é um caso típico de crise mal resolvida.
O Congresso Mega Brasil de Comunicação 2011, encerrado sexta-feira (27), em São Paulo, consagrou as redes sociais como o grande desafio do momento para os profissionais do século XXI. O evento reuniu, durante quatro dias, mais de 850 profissionais da área, entre participantes do Congresso, dos demais eventos, além de palestrantes e moderadores.
Os franceses estão chocados com o tratamento dado pelos americanos a DSK, como eles chamam o poderoso e galanteador Dominique Strauss-Kahn, ex-diretor do Fundo Monetário Internacional. Eles acham que os americanos exageraram ao expor algemado, para a mídia mundial, o até então favorito nas pesquisas para presidente da França, por uma acusação de assédio sexual.
Na semana passada, instalou-se uma polêmica nos meios acadêmicos e pedagógicos, quando a imprensa divulgou trechos do livro de Heloísa Ramos, "Por uma vida melhor", aprovado pelo Ministério da Educação. O livro, ao tratar da diferença entre língua oral e escrita, afirma ser possível dizer, em determinados contextos, "os livro ilustrado mais interessante estão emprestado". Ou seja, abre mão da concordância em benefício do falar popular.
A multinacional Sony, pioneira em muitas parafernálias tecnológicas, quando não havia internet, entre elas o popular walkman, enfrenta no momento uma grave crise, com o vazamento de dados de 77 milhões de usuários do PlayStation Network PSN (rede online de jogos da Sony), um de seus produtos mais populares. Hackers invadiram a rede on line e roubaram dados pessoais dos usuários.
Que medidas emergenciais devem ser tomadas quando uma organização perceber que está diante de uma crise grave? Para o especialista em Crisis Management e instrutor de cursos de gestão de crises e comunicação, na Inglaterra, Jonathan Boddy, “a reputação de uma organização existe em grande parte naquilo em que as pessoas acreditam dela”.
Julgamentos apressados sobre o papel da imprensa nas crises podem levar ao entendimento de que a mídia deve preservar as instituições. Mas, para o executivo, “a mídia não é guardiã da reputação pública de uma organização nem de um indivíduo” e, por isso mesmo, deve ser acompanhada com muita atenção em situações negativas.