Homilia completa do Papa Leão XIV na missa inaugural em Roma
Caros irmãos Cardeais,
Irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Distintas Autoridades e Membros do Corpo Diplomático,
irmãos e irmãs!
Saúdo a todos com o coração cheio de gratidão, no início do ministério que me foi confiado. Santo Agostinho escreveu: “Criaste-nos para ti, [Senhor], e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti” (Confissões, 1, 1.1).
Nestes últimos dias, vivemos um momento particularmente intenso. A morte do Papa Francisco encheu nossos corações de tristeza e, naquelas horas difíceis, nos sentimos como aquelas multidões das quais o Evangelho diz que eram “como ovelhas sem pastor” (Mt 9,36). No dia de Páscoa, porém, recebemos a sua bênção final e, à luz da Ressurreição, enfrentamos este momento na certeza de que o Senhor nunca abandona o seu povo, reúne-o quando está disperso e «guarda-o como um pastor vigia o seu rebanho» (Jr 31, 10).
Leia mais...O Brasil tem uma nova Santa Maria. O trágico acidente com o avião da empresa LaMia, ocorrido na madrugada de 29 de novembro*, em Medellín, na Colômbia, que vitimou 71 pessoas, é a triste crônica da crise anunciada. Repete a sucessão de erros que estão por trás do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, que matou 242 jovens em janeiro de 2013: irresponsabilidade, desonestidade, ganância, falta de básicos princípios de gestão de riscos e de fiscalização. Em Medellín, morreram 19 membros do Chapecoense, entre o time titular, reservas, dirigentes e empregados. Além de 21 jornalistas, total de brasileiros mortos chegou a 64.
A prisão do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, se surpreendeu alguém, foi apenas os que não acompanhavam a carreira, os exibicionismos e o marketing pessoal desse político gestado e incensado na bolha populista de Lula. Ele conseguiu enganar os cariocas até 2013, quando caiu a ficha e sequer conseguia sair à rua.
Aylê-Salassié F. Quintão*
Jovens brasileiros mais bem preparados para o trabalho estão começando a deixar o Brasil. Os números vem se agravando de 2014 para cá. No ano passado foram 38 mil vistos para o Japão, 10 mil para o Canadá, 6.000 para a Suécia, 2.500 para os Estados Unidos, próximo de 1.000 para a Inglaterra. Só no Canadá já existem 50 mil brasileiros. Nos Estados Unidos perto de 1,4 milhão. São arquitetos, economistas, engenheiros, físicos, matemáticos e até mão de obra especializada na área industrial que desejam livrar-se do stress do cenário negativo que tomou conta do País. Querem poder alimentar novas esperanças. A motivação não vem, portanto, só do desemprego, que alcançou 14 milhões de trabalhadores.
Entendemos crise como uma ruptura, capaz que causar um alto nível de incerteza. As crises também representam uma ameaça a alguma coisa. A sensação hoje pela manhã do mundo todo, não importa se nas ditaduras asiáticas ou nas democracias ocidentais, era de perplexidade diante do resultado da eleição americana. E a surpresa se transformou também numa grande interrogação. Ou estamos diante de uma grande ameaça?
Para quem não entende muito de política internacional, principalmente o cidadão comum, que repudiou Donald Trump pelas posições xenofóbicas e desrespeitosas para com imigrantes, negros, muçulmanos, refugiados, imigrantes, mulheres e demais minorias, a sensação é de insegurança, frustração, raiva. Até pelo fato de não entender por que 50% da população de um país como os EUA apostaram nesse aventureiro, aprendiz de político. Para o resto do mundo, mesmo quem conhece os bastidores da política, a surpresa se transformou num estado de letargia, tentando entender qual o recado das urnas americanas.
Francisco Viana*
Não se trata de defender o Judiciário. Mas, convenhamos, dizer, em público, que o ministro da justiça se comporta "no máximo", como um "chefete de polícia" e chamar um juiz, seja qual for a instância, de "juizeco de primeira instância" não é uma forma civilizada de se comunicar. Não é, vale ainda ressaltar, um exemplo a ser seguido. Vivemos em uma democracia e a autoridade precisa dar exemplo de tolerância e bom senso. Senão o que se pode esperar do cidadão comum? A violência?
"As Minas estão concentradas nas mãos de poucos. E os Gerais — o povo — ficam com a dor e a exclusão”. (Padre Geraldo Barbosa, de Mariana).
Completa hoje um ano o maior desastre ambiental do país. O rompimento da barragem do Fundão, na unidade de Germano da Mineradora Samarco, em Mariana-MG, deixou 19 mortos e 200 feridos, soterrou vilarejos, poluiu nascentes e riachos, dizimou plantações e a criação de pequenos agricultores que residiam próximos ao local. Sem falar na contaminação da bacia do Rio Doce, uma das maiores do país, que banha cerca de 30 municípios, ao longo do curso do rio, de Minas Gerais ao Espírito Santo. O vilarejo de Bento Rodrigues foi varrido do mapa. O local de 317 anos, com alguns prédios históricos, foi totalmente destruído, com a lama soterrando igreja, escola e residências. O cenário após o deslizamento é de desolação.