O Blog americano Huffington Post revelou hoje que a gigante das telecomunicações AT&T americana, silenciosamente, atualizou sua política de privacidade com uma mudança controversa: a empresa iria começar a vender as informações dos clientes para empresas do comércio e outros segmentos.
Segundo o Blog, vender dados dos clientes não é nenhuma novidade para empresas como Facebook e Google. Essas empresas ganham bilhões de dólares com anúncios segmentados com base em informações pessoais. No entanto, a quantidade de dados da AT&T tem um potencial de preocupar muito a massa de 105 milhões de assinantes da cia.
O programa "Marketing externo e e relatórios analíticos" permitiria à AT&T vender informações pessoais, incluindo a localização do usuário, com base nas conexões Wi-Fi, descobrir o provedor de internet e o uso de aplicativos do smarthfone. Ou seja, uma mina na mão de empresas de marketing ou de negócios pela web. Tudo isso, sem pedir licença ao usuário. Ou melhor, quem garante que você não assinou aquele contrato de letras minúsculas, autorizando a empresa a fazer o que bem quisesse com seus dados. Será?
A utilização de dados pessoais, sem o conhecimento do cliente, em alguns países se constitui crime, passível de multa e punições. No Brasil, os cadastros dos clientes são utilizados para um marketing invasivo e até abusivo, como a remessa de produtos demonstrativos, cartões de crédito, compras não efetuadas, além de telefonemas, oferecendo "pacotes" de produtos e serviços. Os órgãos de defesa do consumidor têm coibido esta prática, que cada vez mais incomoda os clientes.
A gigante telefônica esclareceu que os dados coletados são analisados de forma anônima e agregada. A informação da AT&T é uma tentativa de amenizar os temores dos clientes de uma enorme invasão de privacidade. Segundo o Huffington Post, com a denúncia recente de Edward Snowden, de rastreamento das ligações telefônicas e tráfego da Internet, pela NSA, naturalmente, muitos clientes da AT&T acreditam também que estão sendo vigiados. Expressam seu descontentamento pelo fato de a empresa ter anunciado automaticamente mudanças na política de privacidade, por meio de sua página na internet. Mais ou menos como ela fazer a festa, e os clientes comparecerem apenas como serviçais.
Veja o que diz o Huffington Post sobre o tema
Globo revela que NSA e CIA mantiveram base de informações em Brasília
O jornal O Globo, do Rio de Janeiro, denunciou hoje que até 2002 – pelo menos do que existe de registro e foi revelado por Edward Snowden - funcionou em Brasília, uma das estações de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA), dos Estados Unidos. .
Segundo reportagem do jornal, agentes da Agência de Segurança Nacional trabalharam em conjunto com a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos. Não há evidências nos documentos vazados de que o monitoramento continuou, após 2002.
O Globo revelou que Brasília fez parte da rede de 16 bases dessa agência dedicadas a um programa de coleta de informações através de satélites de outros países. Um deles chama-se “Primary Fornsat Collection Operations” e destaca as bases da agência em outras cidades de outros Continentes.
Brasileiros monitorados
O jornal do Rio de Janeiro revelou também, no último domingo, que na última década, pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas instaladas no país, se tornaram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos-NSA. Segundo O Globo, não há números precisos, mas em janeiro passado o Brasil ficou pouco atrás dos Estados Unidos, que teve 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens espionados.
A revelação de que o Brasil era monitorado pela NSA recebeu pronta reação do governo brasileiro, que repudiou a prática, se verdadeira. O ministro das Comunicações recebeu hoje o Embaixador dos Estados Unidos, que, laconicamente, disse que a mídia não informou corretamente como o monitoramento é feito. Também não esclareceu de forma melhor a denúncia.
Depois da Europa, o Brasil é o primeiro país latino-americano que aparece nos documentos revelados pelo ex-agente da CIA, Edward Snowden. Na semana passada, foi revelado que os líderes europeus dos países aliados, como Reino Unido, França e Alemanha, também foram monitorados pela NSA. O Big Brother americano tem tantos tentáculos que talvez nem o governo americano consiga informar corretamente até onde ia a teia do polvo em que se transformou o monitoramento de governantes, suspeitos de terrorismo e da população em geral. Que acabou a privacidade, a gente já sabia. Só não tinha ideia até onde ia a ousadia das potências para violar a privacidade dos próprios cidadãos e dos estrangeiros.
Foto: Edward Snowden
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