Impressionante como as empresas incorrem em crises graves contra consumidores e nada muda. De um lado, repetem-se erros primários, falhas humanas, que colocam em risco a vida de crianças e adolescentes. De outro, atentado aos direitos do consumidor viraram rotina, principalmente em época de férias.
Empresas de fachada, a maioria, inventam pacotes, pegam o dinheiro dos incautos consumidores e depois não dão conta de cumprir o que venderam. Isso ocorre por todo o Brasil.
Crianças sempre as eternas vítimas
Empresas, colégios, creches, hospitais, que cuidam de crianças deveriam ser fechados sempre que acontece um acidente grave, por algum tipo de falha. Vítimas indefesas do descuido, de erros primários, repetem-se no país todos os dias verdadeiros absurdos quando se trata de proteger quem deveria ser protegido.
Esta semana foi a vez de duas crianças de dois anos, vítimas de afogamento na piscina de uma creche, em Serrinha, Goiânia. Elas foram para o hospital em estado grave. Estavam sob cuidados (será essa a palavra mesmo?) de duas monitoras e uma faxineira. Descuidaram-se e as crianças, em momentos diferentes, caíram na piscina de adultos. O portão deveria estar fechado.
As duas crianças sofreram parada cardíaca. A Delegada de Goiânia admite que houve descuido, imperícia, ou seja, erro humano, o que significa falha grave da escola. Ontem, no Jornal Nacional, da Rede Globo, o porta-voz da escola defendeu-se, ante a suspeita de que a creche não tinha licença para funcionar, e alegou ser uma “fatalidade” o acidente. Implícito na palavra “fatalidade” está o sentido de “imprevisto”. Não é o caso. Essa palavra não bate com o acontecido. As empresas devem começar a admitir quando erram e assumir a culpa.
O que uma creche vende? Qual o produto de uma casa que abriga e recebe para cuidar de crianças? Cuidado, carinho, proteção. Esse é o produto que não pode em momento algum faltar numa creche. Resumo: erro grave. Semelhante ao acontecido no Parque Hopi Hari. Pela natureza, uma crise semelhante. Um descuido fatal, que coloca em choque duas famílias de Goiânia e leva para o hospital duas crianças em estado grave. A punição para erros desse tipo, única forma de reduzir ou acabar com eles, deveria ser o indiciamento dos responsáveis e o fechamento do estabelecimento envolvido por pelo menos um ano.
Nas crises, os responsáveis sempre procuram argumentos para se defender, como se o problema maior fosse deles. Tentam salvar o negócio. Mas não. Nesses casos, a crise maior é das famílias, da sociedade, dos pais com filhos matriculados na creche. A crise é mais grave do que um simples erro, que poderia ser tolerado pela sociedade. Se a creche não tinha licença, algo que até agora não foi esclarecido, a culpa deve ser dividida com as autoridades que não fiscalizam. Se não tinha licença, não podia funcionar. Uma triste rotina em escolas, parques e hospitais do Brasil.
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