Da Redação do Comunique-se - 15/06/07
O chefe de assessoria de imprensa da Febem de São Paulo, Marco Siqueira, foi o entrevistado do "Papo na Redação" (15/06/05). Siqueira contou aos usuários do Comunique-se como é assessorar um órgão que aparece constantemente na mídia com notícias nada agradáveis. "É interessante. Como costumo dizer para os amigos, o telefone da Febem é o Disk Arrepio, toda vez que toca é um problema. (...) O assessor de imprensa precisa, mesmo durante uma crise, manter-se calmo para trabalhar também a pró-atividade e divulgação das propostas e projetos da empresa".
Siqueira disse ainda que tem um celular 24 horas para que os coleguinhas não usem como desculpa frases do tipo "até o fechamento não encontramos o assessor de imprensa". Além disso, o assessor disse quais ações que costuma tomar em relação à imprensa quando se trata de uma crise crônica. "Procuro puxar a responsabilidade das respostas para mim. Procuro saber em detalhes o que está acontecendo, procuro os diretores que devem responder e começo a dar as respostas diretamente a cada interessado. O importante é a transparência e a ética nas respostas", disse.
O assessor falou também da sua experiência como professor - Siqueira é professor do curso Assessoria em Órgãos Públicos - Administração de Crises, do Comunique-se. "Fiquei surpreso com o retorno que tive das turmas que já ministrei. Tentei colocar na sala de aula os problemas que enfrento no dia-a-dia e parece que é mais interessante do que imaginava. Outra coisa muito interessante é o retorno que tenho dos colegas que trabalham em outras assessorias e trocam informações durante as aulas. É muito bom."
Leia na íntegra o "Papo na Redação" com Marco Siqueira:
[3:11:50 PM] - Flávia Quirino (Estudante) pergunta para Marco Siqueira: Existe algum projeto de reestruturação da Febem para que ela seja, efetivamente, uma instituição que sirva para a reeducação do menor?
Marco Siqueira responde: Sim, existe. Infelizmente a Febem é a última etapa de todos que não conseguiram ajudar ao adolescente. A família não conseguiu, a igreja não conseguiu, a sociedade não conseguiu. Aí o jovem entra na Febem e em seis meses a mesma sociedade exige que a Febem dê educação, cursos profissionalizantes e ressocialize um jovem que chega sem limites achando que pode tudo, só porque, parafraseando um personagem do Chico Anísio, "eu sou jovem". O novo plano pedagógico e disciplinar da Febem e das novas unidades para 40 adolescentes são passos importantes para a ressocialização do jovem infrator.
[3:14:33 PM] - Paulo Afonso Silva (Diretor - Editora Folha da Serra - SC - São Joaquim) pergunta para Marco Siqueira: Boa Tarde; Marco, como é realizar a assessoria de um órgão que aparece constantemente na mídia com noticias nada agradáveis?
Marco Siqueira responde: É interessante. Como costumo dizer para os amigos, o telefone da Febem é o Disk Arrepio, toda vez que toca é um problema. Mas o desafio está exatamente neste ponto. O assessor de imprensa precisa, mesmo durante uma crise, manter-se calmo para trabalhar também a pró-atividade e divulgação das propostas e projetos da empresa. Infelizmente as rebeliões em cinco unidades repercutem mais do que as ações positivas nas outras 72, já que temos 77 unidades em todo o estado e menos de dez apresentam problemas.
[3:17:04 PM] - Silvio Lousada (Secretário de Redação - Prefeitura de Itanhaém) pergunta para Marco Siqueira: Quando serão iniciadas as construções das unidades da Febem na Baixada Santista e em especial em Itanhaém?
Marco Siqueira responde: A construção das novas unidades está caminhando a passos largos. A Febem abriu a licitação para empresas interessadas em construir as unidades. Esperávamos entre 20 a 30 empresas, mas 81 construtoras entregaram suas cartas de interesse. Agora o processo de licitação está sendo formatado e dentro de dez dias será publicada no Diário Oficial e começam as construções. A baixada Santista deve receber as primeiras unidades até novembro elas estarão prontas.
[3:20:22 PM] - Dione Amaral (Chefe - Reportagem - Faculdade Seama - AP) pergunta para Marco Siqueira: Bem, sou assessora da faculdade Seama - AP e gostaria de saber como o senhor lida com as críticas da mídia. Pedindo sempre direito de resposta ou ignorando as notícias?
Marco Siqueira responde: Nós aqui na Febem não pedimos direito de respostas. Trabalhamos pró-ativamente e sempre respondemos às perguntas dos jornalistas para não tomarmos uma bola nas costas no dia seguinte. Tenho um celular 24 horas pra não ter a famosa desculpa dos colegas jornalistas "até o fechamento não encontramos o assessor de imprensa". Sempre respondemos. Se o jornal publica uma notícia ou carta sem pedir a resposta, nós respondemos e pedimos para que a nossa resposta seja publicada. Até hoje foi tudo bem.
O chefe de assessoria de imprensa da Febem de São Paulo, Marco Siqueira, foi o entevistado dessa quarta-feira (15/06) do "Papo na Redação". Siqueira contou aos usuários do Comunique-se como é assessorar um órgão que aparece constantemente na mídia com notícias nada agradáveis. "É interessante. Como costumo dizer para os amigos, o telefone da Febem é o Disk Arrepio, toda vez que toca é um problema. (...) O assessor de imprensa precisa, mesmo durante uma crise, manter-se calmo para trabalhar também a pró-atividade e divulgação das propostas e projetos da empresa".
Siqueira disse ainda que tem um celular 24 horas para que os coleguinhas não usem como desculpa frases do tipo "até o fechamento não encontramos o assessor de imprensa". Além disso, o assessor disse quais ações que costuma tomar em relação à imprensa quando se trata de uma crise crônica. "Procuro puxar a responsabilidade das respostas para mim. Procuro saber em detalhes o que está acontecendo, procuro os diretores que devem responder e começo a dar as respostas diretamente a cada interessado. O importante é a transparência e a ética nas respostas", disse.
O assessor falou também da sua experiência como professor - Siqueira é professor do curso Assessoria em Órgãos Públicos - Administração de Crises, do Comunique-se. "Fiquei surpreso com o retorno que tive das turmas que já ministrei. Tentei colocar na sala de aula os problemas que enfrento no dia-a-dia e parece que é mais interessante do que imaginava. Outra coisa muito interessante é o retorno que tenho dos colegas que trabalham em outras assessorias e trocam informações durante as aulas. É muito bom."
Leia na íntegra o "Papo na Redação" com Marco Siqueira:
[3:11:50 PM] - Flávia Quirino (Estudante) pergunta para Marco Siqueira: Existe algum projeto de reestruturação da Febem para que ela seja, efetivamente, uma instituição que sirva para a reeducação do menor?
Marco Siqueira responde: Sim, existe. Infelizmente a Febem é a última etapa de todos que não conseguiram ajudar ao adolescente. A família não conseguiu, a igreja não conseguiu, a sociedade não conseguiu. Aí o jovem entra na Febem e em seis meses a mesma sociedade exige que a Febem dê educação, cursos profissionalizantes e ressocialize um jovem que chega sem limites achando que pode tudo, só porque, parafraseando um personagem do Chico Anísio, "eu sou jovem". O novo plano pedagógico e disciplinar da Febem e das novas unidades para 40 adolescentes são passos importantes para a ressocialização do jovem infrator.
[3:14:33 PM] - Paulo Afonso Silva (Diretor - Editora Folha da Serra - SC - São Joaquim) pergunta para Marco Siqueira: Boa Tarde; Marco, como é realizar a assessoria de um órgão que aparece constantemente na mídia com noticias nada agradáveis?
Marco Siqueira responde: É interessante. Como costumo dizer para os amigos, o telefone da Febem é o Disk Arrepio, toda vez que toca é um problema. Mas o desafio está exatamente neste ponto. O assessor de imprensa precisa, mesmo durante uma crise, manter-se calmo para trabalhar também a pró-atividade e divulgação das propostas e projetos da empresa. Infelizmente as rebeliões em cinco unidades repercutem mais do que as ações positivas nas outras 72, já que temos 77 unidades em todo o estado e menos de dez apresentam problemas.
[3:17:04 PM] - Silvio Lousada (Secretário de Redação - Prefeitura de Itanhaém) pergunta para Marco Siqueira: Quando serão iniciadas as construções das unidades da Febem na Baixada Santista e em especial em Itanhaém?
Marco Siqueira responde: A construção das novas unidades está caminhando a passos largos. A Febem abriu a licitação para empresas interessadas em construir as unidades. Esperávamos entre 20 a 30 empresas, mas 81 construtoras entregaram suas cartas de interesse. Agora o processo de licitação está sendo formatado e dentro de dez dias será publicada no Diário Oficial e começam as construções. A baixada Santista deve receber as primeiras unidades até novembro elas estarão prontas.
[3:20:22 PM] - Dione Amaral (Chefe - Reportagem - Faculdade Seama - AP) pergunta para Marco Siqueira: Bem, sou assessora da faculdade Seama - AP e gostaria de saber como o senhor lida com as críticas da mídia. Pedindo sempre direito de resposta ou ignorando as notícias?
Marco Siqueira responde: Nós aqui na Febem não pedimos direito de respostas. Trabalhamos pró-ativamente e sempre respondemos às perguntas dos jornalistas para não tomarmos uma bola nas costas no dia seguinte. Tenho um celular 24 horas pra não ter a famosa desculpa dos colegas jornalistas "até o fechamento não encontramos o assessor de imprensa". Sempre respondemos. Se o jornal publica uma notícia ou carta sem pedir a resposta, nós respondemos e pedimos para que a nossa resposta seja publicada. Até hoje foi tudo bem.
[3:26:03 PM] - Miriam Abreu (Editor - Comunique-se - RJ) pergunta para Marco Siqueira: Oi, Siqueira. Na última semana demos a notícia a respeito da reapresentação do projeto que cria a Ordem dos Jornalistas do Brasil (OJB), de autoria do deputado federal Celso Russomano. Gostaria de saber sua opinião sobre um conselho de jornalistas. Você é a favor ou contra?
Marco Siqueira responde: Sou contra porque os jornalistas já estão sujeitos a lei e outras instâncias que acompanham os trabalhos. Lei de imprensa e o código de ética.
[3:30:25 PM] - Paulo Afonso Silva (Diretor - Editora Folha da Serra - SC - São Joaquim) pergunta para Marco Siqueira: Mas por que a grande mídia apenas divulga as noticias ruins da Febem? Existe algum problema na difusão das boas informações pelas grandes redes de comunicação? Quais são eles?
Marco Siqueira responde: Neste caso vale a máxima "boa notícia não é notícia". Eu tenho pronto na minha máquina um texto "A Febem que você não vê", com projetos e programas que estão dando certo e que ajudam a recuperar o jovem infrator. No último levantamento feito por nossa assessoria de janeiro a abril tivemos 1.080 matérias, 30 por cento positivas. Assim a gente vai, duas pra lá uma pra cá. Não é fácil mas dá pra fazer.
[3:32:55 PM] - Dione Amaral (Chefe - Reportagem - Faculdade Seama - AP) pergunta para Marco Siqueira: Quais as ações/estratégias que o senhor costuma tomar em relação à imprensa quando se trata de uma crise crônica, aquele que é recorrente na instituição?
Marco Siqueira responde: Em primeiro lugar eu procuro puxar a responsabilidade das respostas para mim. Procuro saber em detalhes o que está acontecendo, procuro os diretores que devem responder e começo a dar as respostas diretamente a cada interessado. Num momento de crise nunca respondo a granel, cada jornalista acaba tendo um detalhe que merece ser respondido. O importante é a transparência e a ética nas respostas.
[3:37:19 PM] - Patrícia Dourado (Assessor de Imprensa - Câmara Municipal de Camaçari) pergunta para Marco Siqueira: Entrando um pouco na pergunta do colega, é bom lembrar que para as empresas de comunicação só é notícia o que vende.
Marco Siqueira responde: Por isso temos que nos esmerar em apresentar uma informação bem preparada para que possa ser vendido nas reuniões de pauta dos vários veículos. Quando trabalhamos a informação, apresentamos personagens e facilitamos a vida do jornalista normalmente conseguimos emplacar algumas. Mas a realidade é que adolescente no telhado é matéria, adolescente em sala de aula e nas oficinas não é matéria.
[3:38:09 PM] - Patrícia Dourado (Assessor de Imprensa - Câmara Municipal de Camaçari) pergunta para Marco Siqueira: Oi Marcos, aqui é Patrícia Dourado da Bahia - fiz o curso com você em São Paulo. Sabe que eu e Andréia estamos conectadas agora para falar com você?
Marco Siqueira responde: Ótimo, faça aquela pergunta que você deixou de fazer durante o curso. Até já
[3:40:09 PM] - Miriam Abreu (Editor - Comunique-se - RJ) pergunta para Marco Siqueira: Siqueira, você está gostando da experiência de trabalhar como professor? Para quem não sabe, Siqueira é professor do curso Assessoria em Órgãos Públicos - Administração de Crises, do Comunique-se.
Marco Siqueira responde: Estou gostando bastante. Fiquei surpreso com o retorno que tive das turmas que já ministrei. Tentei colocar na sala de aula os problemas que enfrento no dia-a-dia e parece que é mais interessante do que imaginava. Outra coisa muito interessante é o retorno que tenho dos colegas que trabalham em outras assessorias e trocam informações durante as aulas. É muito bom.
[3:41:20 PM] - Paulo Afonso Silva (Diretor - Editora Folha da Serra - SC - São Joaquim) pergunta para Marco Siqueira: Poderia me mandar esse material?
Marco Siqueira responde: Posso sim. Meu e-mail é o Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Ficará surpreso com tantas coisas boas que são oferecidas aos jovens.
[3:46:37 PM] - Dione Amaral (Chefe - Reportagem - Faculdade Seama - AP) pergunta para Marco Siqueira: Então o senhor defende a idéia que quem deve falar pela empresa é o assessor e não seus diretores. É uma forma de preservar a imagem deles perante a imprensa? Se for sim, essa prerrogativa é valida?
Marco Siqueira responde: Não, desculpe se lhe fiz cair no engano. O Assessor de Imprensa não é o Porta-Voz. Na crise não temos tempo de formar comitê para dar respostas, mas se o assessor tem todas as informações pode repassá-las aos jornalistas e assim não ter o dissabor de ver uma reportagem inteira sem a resposta do órgão atingido. Quando temos tempo o diretor da á rea deve ser preparado para dar as respectivas respostas aos jornalistas, individualmente ou em coletiva. Cada caso é um caso.
[3:51:11 PM] - Marcia Andreola (Assessor de Imprensa - ADUFMAT - Associação dos Docentes da UFMT - MT) pergunta para Marco Siqueira: Olá Marco. Sou assessora de imprensa da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de MT, onde também cuidamos do Pomeri (a Febem daqui). Você tem acompanhado as rebeliões, uma a uma, as notícias se repetem, os problemas, as omissões. Como é lidar com isso no dia-a-dia? Alguma frustração? Aqui, a situação é bem menos caótica, mas também temos muitos problemas. Abraços!
Marco Siqueira responde: As rebeliões deste ano. Tivemos 18 até hoje, ou melhor até agora às 15:50, e todas aconteceram depois que 1.750 agentes de apoio técnico foram demitidos e os novos funcionários não conseguiram absorver o trabalho nos 30 dias de treinamento que tiveram. Não acredito na omissão, os diretores de segurança estão se desdobrando para resolver o problema, já que temos 6.500 jovens de 12 a 21 anos que querem fugir a cada minuto. Não tenho frustração porque acompanho o trabalho destes profissionais e sei o quanto eles querem resolver o problema.
[3:54:34 PM] - Wagner Fonseca (Diretor - Reperkut Comunicação - SP) pergunta para Marco Siqueira: Marcão, meu velho companheiro dos tempos de Jovem Pânico. Estou chegando agora e talvez minha pergunta já tenho sido feito. No entanto, lá vai: Qual a maior lição que você tirou da passagem da condição de pedra para vidraça?
Marco Siqueira responde: Companheiro sim, velho jamais. Estou no formol. háháháhá. Meu amigo, às vezes eu paro na frente da televisão durante uma reportagem sobre a Febem e vejo as pedras voando e penso: "eu fazia a mesma coisa". Acho que a passagem para a assessoria de imprensa faz você pensar nas maneiras de se fazer jornalismo. É bom saber que não tem uma só, e isso nos da combustível para continuar. Por onde você anda??? Você me fez voltar no tempo pelo menos 25 anos.
Fonte: Comunique-se – 15/06/05