SenadoA exposição pública do Presidente do Congresso Nacional, que começou há duas semanas com matéria de revista semanal, mostra como as autoridades que exercem cargos públicos ainda têm dificuldades de lidar com situações embaraçosas que redundam em crises de comunicação.

Quem acompanha o imbróglio desde as primeiras matérias pode perceber que princípios básicos de administração de crise foram esquecidos. Ser rápido, falar a verdade, esgotar o assunto em pouco tempo, não deixar que a mídia conduza a crise são alguns dos princípios que nesse caso foram esquecidos.
As diversas versões apresentadas pelo Senador atingido, aliadas às tentativas dos colegas de inocentá-lo e dos ataques sucessivos com matérias contendo cada vez mais incoerências em sua defesa, acabam alimentando a mídia e a oposição para que a situação, em vez de melhorar, piore.
Não interessa aqui o julgamento que será dado e nem se o Senador é inocente ou não. Estamos falando dos erros primários na condução do caso, de versões que não se sustentam e no dia seguinte são desmentidas. Não há reputação que resista a essa exposição. Ainda que o Senador venha a protelar o julgamento com manobras políticas, como a imprensa nesta semana especula, ainda que venha a ser inocentado, as notícias das duas últimas semanas feriram a sua reputação e o deixam vulnerável para outros ataques.
O executivo, o político não pode ficar exposto por muitos dias, como vem acontecendo, à exposição negativa da imprensa. A resposta a qualquer ataque ou denúncia tem que ser objetiva, completa e esclarecedora. Não pode dar margem a que novas matérias coloquem em dúvida as respostas. Depois das notícias, vêem os comentários, os desdobramentos e dificilmente o homem público resiste hoje a uma avalanche de notícias como a que estamos assistindo nos últimos dias.
A propósito, entre tantos comentários publicados na imprensa nos últimos dias, a revista “Veja” traz ensaio de Roberto Pompeu de Toledo que resume de certa forma o sentimento da imprensa e da sociedade sobre o caso.
No dia 27 de junho, a TV Bandeirantes e a BandNews divulgaram laudo que atesta gravações feitas pela jornalista Mônica Veloso de conversas com o Senador Renan Calheiros e com o funcionário da Mendes Jr., acusado de ter intermediado os pagamentos. As gravações, se de fato aconteceram, demonstram o perigo do uso de câmaras escondidas tanto para reportagens, como para solucionar questões privadas.

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