TENTAR, EU TENTEI Uma crônica para Luis Fernando Verissimo
Hayton Rocha*
O noticiário estampou em letras frias: Luis Fernando Verissimo, 88 anos, o maior cronista brasileiro vivo — e talvez também o maior entre os mortos, ouso dizer — estava internado no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. O boletim médico foi curto: “estado grave, recebendo todas as medidas de suporte necessárias”. Em outras palavras: a medicina joga tudo o que sabe contra o tempo, mas o tempo não costuma perder tempo.
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A tragédia que se abateu hoje sobre uma escola municipal do Rio de Janeiro mostra que a loucura, o atentado gratuito e sem motivações políticas se globalizou. Limitado a países desenvolvidos, alguns com grande liberalidade na aquisição de armas, como os EUA, atentados desse tipo aconteceram também na Alemanha, Finlândia, Escócia e China.
Não comemore quando o concorrente enfrenta uma crise. A próxima vítima pode ser você. Essa é uma das tantas máximas de gestão de crises. A britânica BBC, a mais prestigiosa rede de comunicação pública do mundo, está no momento provando do veneno que viu destilar ano passado, quando deu ampla cobertura à crise da News Corporation, do magnata Rupert Murdoch, que culminou com o fechamento do tabloide News of the World.
A morte do ditador Muamar Kadafi levou para as primeiras páginas dos jornais de todo o mundo e para a abertura de sites dos jornais e portais a foto do cadáver do ditador da Líbia. A exposição crua de Kadafi desfigurado suscitou uma discussão sobre os limites da divulgação de fotos sensacionalistas, principalmente quanto à tênue linha que separa jornalismo, a obrigação de informar, e o sensacionalismo puro e simples.
O Senado Federal não mostrou qualquer empenho em resolver a crise que há três meses mantém o Congresso nas manchetes.
Simon Johnson*
“O principal risco financeiro para os EUA, hoje, é muito parecido com o que causou tantos problemas em 2007-2008: grandes bancos excessivamente endividados e muito pouco capital acionário em seus balanços. Regulamentações distintas em diferentes países no mundo, para não mencionar fiscalização adormecida, agravam essa vulnerabilidade estrutural. Já vimos esse filme e a coisa acabou mal. Da próxima vez poderá ser um show de horror ainda pior”.