
Gestão de Crises tem um Glossário em e-book
O Observatório Brasileiro de Comunicação e Crise (OBCC) – criado há dois anos na Universidade Federal de Santa Maria – acaba de lançar em e-book o “Glossário de Crise: uma perspectiva comunicacional”. Trata-se de um trabalho construído pela colaboração coletiva de dezenas de pesquisadores, professores e profissionais de mercado, de seis países, principalmente da área de comunicação institucional.
Três universidades nos últimos dias demonstram como a academia vai na contramão dos tempos e dos costumes. A Unip oferece um mimo para os alunos a avaliarem de forma positiva no Enade. A USP se vê envolvida em denúncia de plágio e a Uniban - Universidade Bandeirante se superou. Expulsa aluna agredida pelos colegas, porque suas roupas seriam provocantes. O tempora O mores! diria Cícero, diante de tanta aberração.
Em janeiro, a frieza de um comandante americano que conseguiu pousar um avião com 154 passageiros em pleno rio Hudson, no centro de Nova York, surpreendeu o mundo. Ele demonstrou controle, frieza e, acima de tudo, grande capacidade de superar situações de crise. Por isso se transformou em herói.
As últimas semanas trouxeram à tona crises ou ameaças de crise com desgaste da imagem de instituições ou governos. Algumas denotam falta de controle ou planejamento das autoridades. Além do vazamento do Enem, com transtornos para milhares de estudantes e familiares, o Rio de Janeiro saltou das páginas esportivas para as policiais com a mesma rapidez com que os traficantes somem nos morros cariocas. O inquérito policial do acidente da TAM, que apontou os pilotos como culpados, não agradou aos familiares das vítimas.
Qual a atitude do executivo, ao ser extorquido por alguém, com ameaças de denúncia que comprometa sua reputação? O apresentador David Letterman, âncora do programa Late Show, da CBS, confessou ao vivo no programa que foi chantageado por um colega, com ameaças de revelação de suas aventuras sexuais com funcionárias do talkshow.
A crise vivenciada pelo MEC, em função do cancelamento das provas do Enem, ao que tudo indica ocorreu pela falta de avaliação dos riscos da operação. Já se descobriu como se deu o vazamento. Mas pelas informações disponíveis, a quebra da segurança, com o cancelamento e consequente prejuízo financeiro e ameaça à imagem do certame, seria resultado também do açodamento do MEC em realizá-lo. Não levou em conta os riscos da operação, pela sua complexidade e dimensão, e a falta de qualificação do consórcio contratado.
A crise econômica não causou estragos apenas nas contas dos governos e empresas. O desemprego afetou muita gente. Mas parece ter atingido mais as famílias de classe média e renda baixa. Desestruturados profissionalmente, os pais, com baixa autoestima, não conseguem manter a família unida. Com isso, um subproduto da crise, constatado por psicólogos e autoridades, é o aumento da violência juvenil, principalmente em países desenvolvidos como Inglaterra, França e Itália.









