Hillary-Obama1Quem ainda alimenta alguma dúvida sobre o poder da internet, fique atento. A internet pode eleger o próximo presidente americano. Pelo menos, é isso que diz a revista PR News dos Estados Unidos. Artigo de Mark Stevens , CEO da MSCO, e autor de livros de marketing, levanta a hipótese de que, pela primeira vez na história americana, a camada mais simples da sociedade poderá indicar um candidato. Obama é o candidato da internet. Ele faz tudo o que os outros fazem e nem por isso conseguiu a indicação até o momento. Mas está mais perto de consegui-la do que Hillary.

Segundo Roger Cohen, do Herald Tribune, “mais do que qualquer outro fator, foi a compreensão, por Barack Obama, do papel central que a rede social da Internet vem interpretando que propeliu sua campanha pela indicação presidencial do Partido Democrata a uma vantagem aparentemente intransponível diante de Hillary Clinton.”

Hillary é de uma geração em que a internet não fazia diferença. Seus colaboradores também se supreenderam. Obama entendeu isso. Obama usou as redes sociais da web e seu site muito bem planejado para desenvolver a máquina de dinheiro que alimenta sua campanha, e o ativismo dos jovens partidários, que o levou a avançar cada vez mais. Todos sabem também que sem dinheiro um candidato americano não avança.

Em artigo na revista americana The Atlantic The Amazing Money Machine, Joshua Green aponta que o total de 1,276 milhão de doadores alegado por Obama é tão grande que Hillary nem mesmo tenta competir. Ele oferece mais alguns dados sobre a campanha de Obama: 750 mil voluntários ativos e oito mil grupos de afinidade. Em fevereiro, um mês no qual ele arrecadou US$ 55 milhões em verbas de campanha (US$ 45 milhões via Internet), 94% das doações recebidas por Obama tinham valor inferior a US$ 200, um número que pulveriza o de pequenas contribuições às campanhas de Hillary e do senador John McCain.

Ele provavelmente será o presidente da internet, diz Mark Stevens. Enquanto Hillary batalha nos bastidores por mais dinheiro para a campanha, Obama usa a Internet para enfrentar a chamada máquina Clinton. Segundo a PR News, um ano atrás Hillary foi coroada pela mídia tradicional como inevitável candidata democrata à Presidência, como única certeza. Ensinarem que “aquela que seria a mulher do povo, na verdade era apenas a mulher das etnias brancas”.

O artigo diz que as crianças de ensino médio, os afro-americanos e os liberais, que detestaram a “velada” crença de Hillary de que não seria realmente necessário que houvesse eleições, assumiram o comando e controle do Cyberespaço e disseram para os velhos hillerators (pessoas ligadas a Hillary) que tinham planos diferentes para ela.

Embora Stevens admita que Hillary é orgulhosa e apaixonada por ela mesma ou que “ela tem plenos direitos de amar a quem ela quiser”, a internet não “sentiu” a mesma coisa e escolheu um candidato diferente. Embora não oficialmente, a prática tem mostrado isso.

Hillary desdenhou a internet. Ela acha que sua equipe de relações públicas é melhor e que irá vencer Obama com os superdelegados, não importando os votos populares.  Segundo o autor do artigo, os hillerators não estão nem aí. Quem precisa de uma maioria de delegados para ganhar? Eu sou Clinton. Mas os superdelegados de Hillary conhecem o poder da internet. Muito melhor do que ela mesma. E eles não querem esse tsunami virando contra eles.

Mas num país que centraliza 55% das conexões de internet do mundo, é bem provável que todo o esforço e carisma dos Clinton não sejam suficientes para superar a máquina viral montada por Obama. É um bom case para ser estudado pelos políticos que ainda relutam em usar a rede mundial como arma estratégica de campanha. Como diz Joshua Green The story of Obama’s success is very much a story about money (A história do sucesso de Obama é muito mais uma história sobre dinheiro).

Em 4 de junho, o pré-candidato Senador Barack Obama atingiu o número de delegados necessários para obter a indicação como candidato. Hillary Clinton não teria mais condições de ultrapassá-lo. Os democratas aguardam agora a definição do futuro da Senadora Hillary Clinton, para saber se irá surgir a chapa dos sonhos, em que a Senadora aceitaria ser candidata a vice-presidente na chapa de Obama.

Em 11/06/08, o jornal Valor Economico publicou artigo abordando o mesmo tema, sobre a transformação no modo de fazer política nos Estados Unidos. Nunca um candidato conseguiu tanto dinheiro nos EUA como Obama, diz o Valor, que arrecadou até agora US$ 271 milhões. metade desses recursos corresponde a doações de pequeno valor, inferiores a US$ 200, e a maioria das contribuições foi feita pela internet.

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