Laboratório de crises expõe os deslizes na saúde do Rio
A denúncia contra o laboratório PCS Lab Saleme, do Rio de Janeiro, por ter liberado órgãos a serem transplantados, com o vírus do HIV, é apenas parte da série de irregularidades que permeia aquela empresa e a própria saúde no Rio de Janeiro, há bastante tempo.
Leia mais...Por que a comoção internacional em torno de 132 vítimas fatais em um atentado em Paris? Por que os brasileiros sentem e acompanham o drama dos irmãos franceses, se em nosso país morrem em média 120 pessoas no trânsito diariamente? Outras 150 pessoas morrem assassinadas no Brasil todo dia, segundo os números divulgados pelo Observatório de Homicídios. O que explica a repercussão do atentado em Paris, se na mesma semana em Beirute morreram 40 pessoas e 180 ficaram feridas, num duplo ataque perpetrado pelo Isis, e não se registrou tamanha comoção?
Uma das controladoras da Samarco, mineradora que teve duas barragens de resíduos rompidas na última sexta-feira, a australiana BHP Billiton, que detém 50% do capital da joint venture, (os outros 50% são da brasileira Vale), já precificou o custo da crise com a tragédia de Mariana, apenas de seu lado: US$ 1 bilhão. Quem avaliou foram analistas do Deutsche Bank. Esse valor para a BHP seria a conta dos passivos de limpeza do meio ambiente, indenizações a parentes dos mortos e às pessoas atingidas pelo rompimento. Além de todo o prejuízo causado às cidades por onde os resíduos irão chegar.
Francisco Viana*
Foi uma atitude digna de O Globo desmentir um dos seus principais colunistas, Lauro Jardim, na primeira página. O jornal reconhece, na sua edição de domingo, dia 8, ser falsa a notícia divulgada como manchete de primeira página no dia 11 de outubro, “informando” que o lobista Fernando Baiano teria dado R$ 2 milhões para pagar contas de Lulinha, filho do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Reconhece que o nome de Lulinha não foi citado por Baiano, que apenas “disse que o também lobista e pecuarista José Carlos Bumlai é que pediu dinheiro alegando que seria para uma nora de Lula”. São coisas bastante diferentes, não?
A Mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e a australiana BHP, enfrenta uma crise grave, por dois componentes que por si só já são extremamente deletérios para qualquer empresa: acidente com vítimas fatais e risco de contaminação do meio ambiente. As primeiras ações foram lentas para uma empresa que lida com um negócio de alto risco. De positivo, o tempestivo pronunciamento do diretor-presidente, em vídeo, na tarde de ontem (5).
Por Francisco Viana*
A mídia, antes quase uma incógnita, agora é tema cotidiano do noticiário. Tornou-se lugar comum falar de uma crise sem precedentes que ceifa empregos, encolhe redações e não poupa grandes ícones da chamada grande imprensa. No Brasil, como em todo lugar, as raízes do problema, à primeira vista, parecem estar localizadas nos impactos das modernas tecnologias e, consequentemente, da rápida ascensão das mídias sociais.
Há uma semana, pelo menos 1,5 milhão de brasileiros estão enredados com a burocracia do governo para cumprir uma Lei que protege os empregados “domésticos”. Esses contribuintes querem cumprir a Lei e pagar corretamente os encargos, mas parece que a Receita Federal, apesar de apressadamente ter fixado a data de 6 de novembro como prazo fatal do pagamento, tropeçou em duas pragas que corroem o país: a burocracia e a falta de gestão.