Laboratório de crises expõe os deslizes na saúde do Rio
A denúncia contra o laboratório PCS Lab Saleme, do Rio de Janeiro, por ter liberado órgãos a serem transplantados, com o vírus do HIV, é apenas parte da série de irregularidades que permeia aquela empresa e a própria saúde no Rio de Janeiro, há bastante tempo.
Leia mais...Por Marinete Veloso. Para o Valor.
Em suas atividades rotineiras, empresas públicas e privadas cometem erros que são administrados e corrigidos no exercício natural da gestão. A situação se complica quando o erro deixa de ser um problema corriqueiro, ganha contornos mais sérios e se transforma em crise.
Análises de casos emblemáticos de crises mostram que 95% delas eram previsíveis, decorrentes de erros de gestão e de administração. "Como evitá-los é o grande desafio", diz João José Forni, cujo livro discute conceitos, traz análises de casos e, principalmente, apresenta processos sobre como gerir uma crise.
O gerenciamento de crises em desastres naturais cada vez mais está centrado na prevenção e preparação, ou seja, na gestão de riscos. O exemplo neste fim de semana vem da Índia, um dos países situados numa região onde catástrofes naturais fazem parte da natureza e deixaram, nos últimos anos, milhares de vítimas.
Dois terços dos diretores de comunicação (CCO) de grandes corporações dizem, em pesquisa, que a experiência em gestão de crises é o pré-requisito fundamental e mais importante para o sucesso. E que essa importância tem aumentado drasticamente nos últimos anos.
O WikiLeaks foi o primeiro a quebrar o encanto dos segredos bem guardados, revelando documentos secretos que os governos não gostariam se tornassem públicos. Vídeos de soldados americanos atirando em civis desarmados no Iraque, até segredos mantidos em documentos oficiais das chancelarias da América Latina. Pensava-se que nada poderia ser mais invasivo. Até aparecer Edward Snowden.
Passado o torpor do ataque do grupo terrorista AL-Shabaab, metralhando inocentes no shopping Westgate em Nairóbi, o mundo todo se pergunta como tudo aconteceu. Dez dias depois, não havia muitas respostas. Existe sim uma série de perguntas que nem a população, nem as autoridades conseguem responder.
A revista britânica The Economist novamente escolheu o Brasil como tema de capa desta semana. Mas, ao contrário de 2009, quando a capa anunciava “Brazil takes off” (O Brasil decolou), com a imagem do Cristo Redentor em forma de foguete, prestes a decolar, agora a revista foi implacável. “Has Brazil blown it” (O Brasil estragou tudo?). A resposta vem numa reportagem de 14 páginas, da jornalista Helen Joyce, bastante crítica à política econômica atual.