40 anos depois, maior crime industrial da história continua impune
Neste 3 de dezembro completou 40 anos o pior desastre industrial do mundo: o vazamento de gás ocorrido na noite entre 2 e 3 de dezembro de 1984 na fábrica de pesticidas Union Carbide, em Bhopal, na Índia. A planta industrial era uma unidade asiática da multinacional americana Union Carbide.
Leia mais...Após a série de tragédias que se abateu sobre o Rio de Janeiro nos primeiros meses do ano, principalmente a última enxurrada que acabou na morte de várias pessoas, a prefeitura da cidade resolveu declarar guerra às Organizações Globo.
A crise da gigante Boeing, com o avião 737 Max, foi em grande parte auto-infligida, mas agora ela tomou uma dimensão que ultrapassou os limites da empresa, com consequências financeiras e operacionais para os clientes e fornecedores. Desde os questionamentos que vieram à tona, após o acidente com o avião da Ethiopian Airlines, no início de março, quando morreram 150 pessoas, a empresa passou a ser escrutinada não apenas por seus stakeholders, mas também pelos órgãos de aviação dos Estados Unidos, da União Europeia e de outros países.
A maior crise do brasileiro - aquele contingente que deveria comemorar, todos os dias, porque está empregado - que causa estresse, depressão e até dependência de remédios é o receio de perder o próprio emprego. Esta é a principal conclusão de pesquisa da Stress Management Association (Isma-BR), feita pela empresa americana, com brasileiros, no início do ano. O resultado foi publicado no jornal “Valor Econômico”, no início do mês, e traz dados preocupantes para a saúde mental e física dos brasileiros.
Francisco Viana*
As imagens da tragédia de Brumadinho, com seu fúnebre cortejo de mortos e desaparecidos, continuará por muito tempo na retina de milhões e milhões de pessoas em todo o mundo. Mas os seus efeitos serão bem mais devastadores que as lembrança do pesadelo. Brumadinho abriu caminho para ações em três frentes interligadas: a primeira, é a necessidade de estabelecer compromissos e punições para cerca de três centenas de multinacionais, principalmente sediadas em países de democracias vulneráveis e onde grassa a corrupção na cúpula governante. A segunda, foram os graves - e até mesmo irreversíveis - prejuízos para a marca Vale. O terceiro, também inicialmente relacionado à Vale, é a ameaça de a mineradora ser processada por crimes contra a humanidade.
Governar pelas redes sociais não mostrou ainda ser uma solução, como forma de fugir da mídia tradicional. Queira ou não, o governante deve prestar contas permanentes de sua atuação à opinião pública e à sociedade. Não há como fugir ao escrutínio da mídia. Pode brigar, espernear, chamar a mídia de mentirosa, transformar qualquer acusação ou suspeita em “fake news”. Nada disso o livrará da contínua vigilância dos meios de comunicação. A rede social funciona como mais um meio de comunicação. Serve até de álibi para evitar os jornalistas e fugir da polêmica. O jornalismo ainda se realiza na mídia tradicional e não nos blogs. As redes fazem barulho, mas não substituem os meios tradicionais.
João Paulo Forni*
Jair Bolsonaro alcançou o poder, entre outros motivos, com uma estratégia simples de campanha. Esquivava-se de detalhar temas controversos, porém absolutamente necessários à correção de rumos do país, como a reforma da previdência e as privatizações. Por outro lado, sobravam falas contrárias à corrupção – entendimento que beira a unanimidade do eleitorado – e enaltecimento a valores religiosos – que em um país de expressiva maioria cristã, serve para cativar parte considerável da população.