No Reino Unido, jornalismo online ultrapassa TV pela primeira vez na história
TV pelo online na terra da BBC
Segundo relatório divulgado pelo site de comunicação Mediatalks, a audiência de jornalismo pelos britânicos teve uma inflexão histórica nos hábitos de consumo de mídia. ''A edição do novo relatório anual produzido pelo Ofcom (The Office of Communications), órgão britânico regulador de comunicações, constatou pela primeira vez, desde que o acompanhamento passou a ser feito, que mais pessoas se informam pela internet do que pela TV, um resultado que impressiona em um país que durante décadas teve seu jornalismo dominado pela emissora pública BBC.’’ O artigo, de autoria de Luciana Gurgel*, mostra uma tendência mundial de grandes alterações que estão ocorndo no mundo, na forma como as pessoas acompanham notícias. Incluindo o Brasil.
Leia mais...O ex-homem mais rico do Brasil, que construiu a ilusão da fortuna fácil em cima de marketing, papel e fumaça, acabou onde deveria: na prisão. Eike Batista enganou o país pelo menos nos últimos sete ou oito anos, incensado pelos governantes, imprensa e celebridades, de Lula a Dilma, passando por Madonna, Sérgio Cabral e outros políticos, hipnotizados pelo canto de sereia do empresário. Ludibriou milhares de acionistas, que injetaram economias do trabalho para capitalizar as chamadas empresas “x”. Projetos megalômanos, pouco transparentes, sem lastro econômico, gerencial e estratégico.
Francisco Viana*
Cassio: Reputação, Reputação, perdi minha reputação. Perdi a parte imortal, senhor, de mim mesmo – e o que resta é animal. Reputação, Reputação, perdi minha reputação.
Iago: Honestamente, pensei que havia recebido algum ferimento no corpo, que é bem mais grave do que na reputação. Reputação é uma invenção inútil e fabricada, muitas vezes conseguida sem mérito e perdida sem merecimento. Ninguém perde nada de reputação a não ser que se repute um perdedor.
Shakespeare, Otelo.
Não tem mais solução. A Odebrecht pode mudar de nome, reduzir os negócios em até 60 por cento ou mais, e disseminar a ideia de que errou ao subornar políticos, mas mantém a excelência técnica, que de nada irá adiantar. A corporação, de 72 anos, ao ser envolvida a fundo nas denúncias da Operação Lava Jato assinou a sentença de morte da sua marca e, com ela, qualquer possibilidade de recuperar sua reputação.
O novo secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, estreou um dia depois da posse fazendo tudo aquele que não se recomenda na relação com os jornalistas. Irritado, gritando, atacou a mídia, de forma geral, acusando-a de "falsos relatos" sobre a inauguração como parte daquilo que ele chamou de uma tentativa "vergonhosa" de minimizar o entusiasmo pelo presidente Trump. Até a Fox News, simpática ao republicanismo, registrou com desagrado a forma como o porta-voz debutou no cargo, muito importante para o governo, lendo uma nota feita às pressas, com termos duros e bastante combativa. Ele leu esse comunicado e não permitiu perguntas.
O jornal britânico “The Guardian” publicou artigo na última sexta-feira, 13, Trump’s rhetoric: a triumph of inarticulacy, com uma cáustica análise da comunicação errática, provocadora e arrogante do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, além das manifestações isoladas que tem divulgado por meio das redes sociais.
O artigo do jornalista Sam Leith, numa análise bastante crítica, desconstrói o discurso de Trump, o presidente que assume com a menor taxa de aprovação em quatro décadas, entre os mandatários dos EUA: 40%. Obama assumiu com 79%; Bush, com 62%. Infere-se, a partir dessa análise, que Trump terá muita dificuldade de cativar o coração dos americanos, como Obama conseguiu, fruto, certamente, do poder de retórica, do carisma e da elegância da comunicação do primeiro presidente negro dos EUA. O termo "inarticulacy" para classificar o discurso de Trump, nem tem equivalente em português, mas seria literamente "inarticulação": incapacidade de expressar sentimentos ou ideias claramente, ou expressas numa forma que é difícil de entender.
*Chris Cillizza
O discurso de Meryl Streep na cerimônia de entrega do Globo de Ouro na noite de domingo, e a resposta de Donald Trump, já se tornaram um jogo de futebol político. Se você gosta de Trump deve ter odiado o sermão oferecido por uma liberal de Hollywood que apoiou Hillary Clinton. Se não gosta de Trump, achou que Meryl falou a verdade para os poderosos e a reação do presidente eleito mostra tudo o que está errado com relação à sua ascensão à Casa Branca.
Essa reação partidária, quase instantânea ao discurso da atriz, obscurece a frase mais importante do seu discurso: “Precisamos de uma imprensa íntegra que faça os poderosos responderem por seus atos e os repreenda a cada desmando.”
O Brasil começou 2017 muito mal. Foi manchete internacional pelo absurdo de dois massacres em prisões, ambos detectados bem antes pelos órgãos de segurança dos dois estados. Não se pode dizer então que foi uma crise-surpresa. O macabro protesto ou vingança, que redundou em 99 mortos, foi a crônica da crise anunciada. No mais letal, como aconteceu em Manaus, de certo modo com a conivência da Secretaria de Administração Penitenciária, que autorizou, tanto no dia 24, quando no dia 31, véspera dos festejos, a entrada de um parente por preso, num complexo já superlotado com 1.424 detentos, quando a capacidade é para 454.