Jornal britânico “The Guardian” não irá mais postar no “X” de Elon Musk
O jornal britânico The Guardian, um dos mais independentes periódicos da mídia internacional, explica por que não está mais postando na rede “X” de Elon Musk.
“Queríamos informar aos leitores que não postaremos mais em nenhuma conta editorial oficial do The Guardian no site de mídia social "X" (antigo Twitter). Acreditamos que os benefícios de estar no “X” agora são superados pelos negativos e que os recursos poderiam ser melhor utilizados promovendo nosso jornalismo em outros lugares. Vamos parar de postar de nossas contas editoriais oficiais na plataforma, mas os usuários do "X" ainda podem compartilhar nossos artigos.”
Leia mais...Londres, uma metrópole com mais de 10 milhões de pessoas, registrou, no ano fiscal março 2011 a abril 2012, apenas 103 assassinatos, o menor índice em 43 anos, segundo relatório da Polícia Metropolitana divulgado neste sábado.
Multidão de jovens na Espanha foi às ruas na semana passada, em adesão à greve geral que parou o país. O que deu errado numa sociedade baseada na política do bem-estar social e sonho de imigrantes, principalmente da América Latina, há bem pouco tempo?
Há um provérbio italiano que diz: La parola è d'argento, il silenzio è d'oro. Francis Maude, chefe de gabinete do primeiro-ministro britânico, David Cameron, não deve conhecê-lo. Porque esta semana falou demais e gerou uma crise sem precedentes para o governo do Reino Unido.
Se você fosse instalar um grande negócio, em escala mundial, disposto a apostar num mercado emergente, que metrópole escolheria? São Paulo, Tel Aviv (Israel), Kuala Lumpur (Malásia) ou Warsaw (Polônia)? Quem sabe, Buenos Aires?
As redes sociais tornaram-se a obsessão da mídia. E das empresas. Tudo agora é uma questão de mídia social. Quais são as mais recentes ferramentas sociais? Como uma empresa pode aumentar o seu alcance social? Os repórteres estão dedicando tempo suficiente para essa área das mídias sociais?
Uma semana para esquecer.
Se a violência já se tornou rotina no nosso dia a dia, há momentos em que ela passa dos limites. Transformados em vítimas do chamado efeito colateral das guerras e revoltas, os civis sempre acabam levando a pior, em disputas onde figuram apenas como coadjuvantes. Só que agora são as crianças os alvos preferenciais da barbárie.
Foi uma semana para ser esquecida. No Afeganistão, um soldado americano resolveu descarregar a raiva em inocentes. Matou pelo menos 16 pessoas e feriu outras cinco neste domingo na província de Kandahar. Segundo as autoridades americanas, ele sofreu um colapso nervoso. Deixou a base militar em Panjwai por volta das 3h da manhã, invadiu casas na região, e abriu fogo contra os moradores, entre as vítimas, a maioria mulheres e crianças. Desconfia-se que não agiu sozinho.
A violência não parou no Afeganistão. Ativistas sírios denunciaram na segunda-feira a morte de quase 50 pessoas em Homs, a cidade símbolo da resistência síria ao ditador Bashar Al-Assad, na noite de domingo. Entre as vítimas, mulheres e crianças. Eles acusam o regime sírio de torturar e matar os civis no principal reduto oposicionista do país.
Não satisfeitos em terem degolado crianças e mulheres, os bárbaros queimaram os corpos, não se sabe se antes ou depois do assassinato. Em vídeos publicados no You Tube, é possível ver pelo menos 11 corpos cobertos de sangue, incluindo os de quatro crianças. As imagens são chocantes.
Torturas a crianças não são novidade na repressão do governo sírio aos rebeldes. Meninos são presos e torturados, junto com adultos, segundo as organizações de ajuda humanitária. Não são raros, inclusive, casos de violência sexual nas prisões. Mártires inocentes surgem no Afeganistão, na Síria, e em vários países da África e em outros países.
O governo sírio admitiu a ocorrência das mortes no bairro de Karm el-Zeytoun, mas responsabilizou 'terroristas armados' pelo massacre. Enquanto isso, a ONU e outros organismos internacionais ficam cheios de pruridos para intervir e reprimir esses atos.
Denúncia viral
E qual foi o vídeo que bombou nas redes nesta semana? “Kony 2012,” um documentário de 30 minutos sobre o líder rebelde de Uganda Joseph Kony, o homem mais procurado do país, foi visto mais de 100 milhões de vezes nesta semana, transfomando-se no vídeo viral mais assistido da história.
De acordo com o instituto Visible Measures, que monitora o crescimento da campanha contra o fugitivo, o documentário gerou 112 milhões de page views até segunda-feira.
A mensagem do documentário, criado pela ONG americana Invisible Children, é simples: Kony, o líder do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês), deve pagar pelas graves violações aos direitos humanos de que é acusado, incluindo assassinato em massa, escravidão e sequestro de crianças, ao transformar meninos em guerrilheiros e meninas em empregadas e escravas sexuais.
Mas já existem manifestações pelo mundo questionando a campanha e se perguntando por que, após tantos anos de abusos a crianças, esse rebelde não foi preso. De acordo com cientistas sociais e especialistas, o vídeo omite o fato de que o grupo de Kony lutou contra o exército de Uganda, que também cometia atos violentos, e que o governo do país também chegou a cometer genocídio em busca do líder guerrilheiro. Esse conflito teria provocado de 10 a 30 mil mortos.
A política do LRA, de alvejar civis e transformar o país numa grande guerrilha, levou o Tribunal Penal Internacional a emitir mandados de prisão em 2005 contra Kony e outros membros do LRA, acusados de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e outras atrocidades. Segundo informações de organizações pacifistas, o LRA continua vivo, apesar dos recuos. Entre dezembro de 2008 e dezembro de 2009, ele massacrou 620 civis e sequestrou 160 crianças. Essa é a tática. Um ano depois, mais 321 civis mortos e 250 crianças sequestradas. Apesar da repulsa internacional, o líder continua foragido. Acaba virando lenda.
Mas a idoneidade da Ong Invisible Children acabou sendo questionada. Ela teria repassado apenas uma pequena parte das doações às causas humanitárias daquele país. De acordo com informações do sociólogo e estudante de ciência política da Universidade Acadia na Nova Escócia, Grant Oyston, no ano passado a organização gastou mais de US$ 8 milhões e apenas 32% foi para o país africano. O resto, segundo o sociólogo, foi gasto em salários, viagens, transportes e produções cinematográficas. De qualquer forma, o vídeo é um soco no estômago.
A crítica também admite que o vídeo “simplifica um problema muito complexo e muito sério”, de que a África e muitos países da Ásia são vítimas. A pobreza, a exploração de crianças e a violência não seriam limitadas e centralizadas nas barbáries de Joseph Kony.
Mas, como diz a colunista e blogueira do jornal El País, Irene Milleiro, “É óbvio que estes problemas são complexos. De acordo com que possivelmente prender Kony não termine com a situação. Porém, tem que deter Kony. E a Al Bashir. E Mugabe. E oxalá pudesse se deter Kim Jong II. (...) Kony 2012 não vai solucionar os problemas do mundo, nem os da África Central. Porém, é uma peça a mais no tabuleiro”.
Foto: Xavier Toya/Reuters
Assista ao vídeo de 30 minutos, se tiver coragem
Kony 2012 – com legenda em espanhol
Kony 2012, o por qué no quieren que cambies el mundo – Irene Milleiro
A resposta da Ong Invisbile Children