
Feminicídio bate recorde no Brasil, diz estudo
Na sequência das análises das crises que marcam este fim de ano no Brasil, o terceiro tema aborda uma triste chaga brasileira, que precisa de forma urgente ser combatida: o feminicídio. Em 2024, o Brasil atingiu o maior número de feminicídios desde o início da tipificação do crime, em 2015, apontou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No total, 1.492 mulheres foram vítimas, o que representa média de quatro mortes por dia. Ao longo do último ano, cerca de 37,5% das mulheres brasileiras foram vítimas de algum tipo de violência, percentual que, projetado em números, corresponde a um contingente de 21,4 milhões de pessoas. Os dados são da quinta edição da pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, realizada pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O Brasil tem uma nova Santa Maria. O trágico acidente com o avião da empresa LaMia, ocorrido na madrugada de 29 de novembro*, em Medellín, na Colômbia, que vitimou 71 pessoas, é a triste crônica da crise anunciada. Repete a sucessão de erros que estão por trás do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, que matou 242 jovens em janeiro de 2013: irresponsabilidade, desonestidade, ganância, falta de básicos princípios de gestão de riscos e de fiscalização. Em Medellín, morreram 19 membros do Chapecoense, entre o time titular, reservas, dirigentes e empregados. Além de 21 jornalistas, total de brasileiros mortos chegou a 64.
A prisão do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, se surpreendeu alguém, foi apenas os que não acompanhavam a carreira, os exibicionismos e o marketing pessoal desse político gestado e incensado na bolha populista de Lula. Ele conseguiu enganar os cariocas até 2013, quando caiu a ficha e sequer conseguia sair à rua.
Aylê-Salassié F. Quintão*
Jovens brasileiros mais bem preparados para o trabalho estão começando a deixar o Brasil. Os números vem se agravando de 2014 para cá. No ano passado foram 38 mil vistos para o Japão, 10 mil para o Canadá, 6.000 para a Suécia, 2.500 para os Estados Unidos, próximo de 1.000 para a Inglaterra. Só no Canadá já existem 50 mil brasileiros. Nos Estados Unidos perto de 1,4 milhão. São arquitetos, economistas, engenheiros, físicos, matemáticos e até mão de obra especializada na área industrial que desejam livrar-se do stress do cenário negativo que tomou conta do País. Querem poder alimentar novas esperanças. A motivação não vem, portanto, só do desemprego, que alcançou 14 milhões de trabalhadores.
Entendemos crise como uma ruptura, capaz que causar um alto nível de incerteza. As crises também representam uma ameaça a alguma coisa. A sensação hoje pela manhã do mundo todo, não importa se nas ditaduras asiáticas ou nas democracias ocidentais, era de perplexidade diante do resultado da eleição americana. E a surpresa se transformou também numa grande interrogação. Ou estamos diante de uma grande ameaça?
Para quem não entende muito de política internacional, principalmente o cidadão comum, que repudiou Donald Trump pelas posições xenofóbicas e desrespeitosas para com imigrantes, negros, muçulmanos, refugiados, imigrantes, mulheres e demais minorias, a sensação é de insegurança, frustração, raiva. Até pelo fato de não entender por que 50% da população de um país como os EUA apostaram nesse aventureiro, aprendiz de político. Para o resto do mundo, mesmo quem conhece os bastidores da política, a surpresa se transformou num estado de letargia, tentando entender qual o recado das urnas americanas.
Francisco Viana*
Não se trata de defender o Judiciário. Mas, convenhamos, dizer, em público, que o ministro da justiça se comporta "no máximo", como um "chefete de polícia" e chamar um juiz, seja qual for a instância, de "juizeco de primeira instância" não é uma forma civilizada de se comunicar. Não é, vale ainda ressaltar, um exemplo a ser seguido. Vivemos em uma democracia e a autoridade precisa dar exemplo de tolerância e bom senso. Senão o que se pode esperar do cidadão comum? A violência?
"As Minas estão concentradas nas mãos de poucos. E os Gerais — o povo — ficam com a dor e a exclusão”. (Padre Geraldo Barbosa, de Mariana).
Completa hoje um ano o maior desastre ambiental do país. O rompimento da barragem do Fundão, na unidade de Germano da Mineradora Samarco, em Mariana-MG, deixou 19 mortos e 200 feridos, soterrou vilarejos, poluiu nascentes e riachos, dizimou plantações e a criação de pequenos agricultores que residiam próximos ao local. Sem falar na contaminação da bacia do Rio Doce, uma das maiores do país, que banha cerca de 30 municípios, ao longo do curso do rio, de Minas Gerais ao Espírito Santo. O vilarejo de Bento Rodrigues foi varrido do mapa. O local de 317 anos, com alguns prédios históricos, foi totalmente destruído, com a lama soterrando igreja, escola e residências. O cenário após o deslizamento é de desolação.









