
O Brasil em estado de crise

Se um habitante de outro planeta pousasse no Brasil nas últimas semanas, dificilmente ele permaneceria por aqui. O Brasil tem assistido em menos de um mês eventos de extrema gravidade que se enquadram naquilo que o filósofo e sociólogo Zygmunt Bauman chamou de “estado de crise”. Se não, vejamos. O Brasil amanheceu neste 6 de agosto na antessala de uma grave crise econômica: o tarifaço de Trump. Uma decisão controversa, que nos Estados Unidos teve um objetivo econômico, mas no Brasil tomou o rumo de uma crise política. Sem entrar no mérito das bizarras alegações do presidente americano, na famosa “carta”, enviada ao governo brasileiro, o fato é que os Estados Unidos fixaram uma taxa de 50% para grande parte dos produtos exportados pelo Brasil para aquele país. Sem espaço para a negociação, o Brasil tenta buscar alternativas para minimizar os efeitos da decisão para a economia brasileira.
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A crise enfrentada pelo governo, desde a publicação pela revista Veja (22/03) de um suposto dossiê sobre os gastos de integrantes do governo FHC, mostra como a administração de crise depende cada vez mais de decisões rápidas e transparentes no âmbito da comunicação.
Em fevereiro, este Blog registrou (Mutilações no Fox acabam arranhando imagem da Volks) uma escorregada da Volkwagen, ao não reconhecer problemas com a operação de manuseio da tampa do porta-malas do automóvel Fox.
Na última sexta-feira, o Jornal Nacional da Rede Globo anunciou que o governo decidiu instalar um Gabinete de Crise (nome pomposo quando se quer dar um destaque) para tentar amenizar os problemas com a epidemia de dengue no Rio de Janeiro.
Numa ação inédita para os padrões britânicos, dois tablóides diários - Daily Express e Daily Star - da mesma cadeia jornalística pediram desculpas aos pais da menina Madeleine, o casal Kate e Gerry McCann. A retratação deve-se a matérias divulgadas no ano passado em que apontavam os pais como suspeitos da morte da menina.
O Pentágono proibiu o Google de fazer fotografias e vídeos de instalações militares americanas depois que imagens do interior e de pontos estratégicos de uma base no Texas apareceram no site de buscas mais popular da internet.
O Governador de Nova York, Eliot Spitzer, não aguentou a pressão, depois que o New York Times denunciou, na segunda-feira (10), seu envolvimento com redes de prostituição. Ele apresentou a renúncia menos de 72 horas da notícia publicada no site do NYT.









